Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humana.
Departamento de História.
Uma História para a Cidade de São Paulo: Desafios Pedagógicos.
Victor Mauric (10327410)
“CIDADES QUE SE CANTAM”: AS DIFERENTES EXPERIÊNCIAS DO ESPAÇO PÚBLICO ATRAVÉS DAS MÚSICAS PAULISTANAS.
São Paulo
2019
SUMÁRIO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................................................. 3
Objetivos ............................................................................................................................................. 3
Público alvo ......................................................................................................................................... 3
Importância do projeto ....................................................................................................................... 4
Metodologia ........................................................................................................................................ 4
ATIVIDADE 1 – O CARTÃO POSTAL DE SÃO PAULO: UMA MEGALÓPOLE DO CONSUMO .................. 5
ATIVIDADE 2 - ESPAÇOS DE SEGREGAÇÃO: ENTRE MUROS E SÍMBOLOS ......................................... 9
ATIVIDADE 3 – OUTRAS FORMAS DE SEGREGAÇÃO: AS MULHERES NO ESPAÇO PÚBLICO. ............ 13
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................. 16
MATERIAIS ATIVIDADE 1 ............................................................................................................. 17
Roteiro 1:........................................................................................................................................... 17
Roteiro 2 ............................................................................................................................................ 17
Música 1 ............................................................................................................................................ 18
MATERIAIS ATIVIDADE 2 ............................................................................................................. 19
Imagem 1........................................................................................................................................... 19
Música 2 ............................................................................................................................................ 20
MATERIAIS ATIVIDADE 3 ............................................................................................................. 22
Música 3: ........................................................................................................................................... 22
REFERÊNCIAS.............................................................................................................................. 23
CONSIDERAÇÕES INICIAIS Objetivos:
Esta sequência didática tem como principal objetivo levar para as salas de aula, a discussão a respeito da democratização dos espaços urbanos. Tomando como objeto de estudo a cidade de São Paulo, analisaremos as diferentes experiências que os diversos grupos sociais vivenciam em sua relação cotidiana com o espaço. Assim, questionaremos a ideia de um espaço público democrático existente na capital paulista a partir das manifestações culturais de grupos historicamente marginalizados.
Ao fim da atividade, esperamos que os alunos consigam elaborar reflexões a respeito das dinâmicas de exclusão, físicas e simbólicas, que desenham o tecido urbano. Para tanto, buscaremos mostrar os contrastes entre as diversas cidades cantadas pelos músicos paulistanos. Ressaltaremos neste trabalho a origem dos músicos, o conteúdo de sua arte e também a estética das canções, visando mostrar estes grupos como agentes nas dinâmicas urbanas.
Outro ponto importante da atividade é mostrar como os próprios alunos também são atores nas transformações do espaço público. As atividades a serem realizadas fora da sala de aula buscam colocar os estudantes em contato direto com a dinâmica da cidade, estimulando manifestações artísticas que relatem seus próprios cotidianos e suas próprias experiências.
A ideia das “cidades que se cantam” traz uma polissemia em relação à agência do verbo cantar: as cidades que são cantadas por terceiros ou as cidades que cantam a si mesmas. Com isso, buscamos representar esta agência mútua entre as experiências individuais e o tecido urbano. A realidade de cada um no quadro da cidade é colocada como consequência das posições de exclusão ou inclusão na qual se encontram. Entender estas diferentes realidades e posicionar-se frente a elas é o principal objetivo deste projeto.
Público alvo:
Alunos do ensino médio, pois espera-se que já tenham acumulado mais experiências com a vivência urbana.
Importância do projeto:
A grande riqueza da proposta é repensar como consolidamos e naturalizamos a imagem de uma cidade democrática em São Paulo. No limite, as atividade procuram discutir o acesso à cidadania a partir dos espaços de lazer e cultura. Entendendo estes espaços como desiguais, os alunos serão capazes de pensar sua apropriação do tecido urbano, bem como das diferentes imagens da cidade, de forma crítica.
Assim, o aluno será capaz de compreender a cidade como um ambiente heterogêneo e excludente, ao contrário do que propõe o mito da democracia urbana. A partir de então, o estudante poderá se posicionar frente às barreiras físicas e simbólicas que fecham determinados espaços para determinados grupos.
Metodologia:
Para concluir os objetivos propostos, analisaremos fontes de diversas naturezas: obras fonográficas, sites de internet, dados estatísticos e fotografias. Todas estão anexadas nas páginas finais do trabalho. A variedade das fontes é uma tentativa de garantir uma melhor compreensão a respeito das formas de segregação existentes no tecido urbano, bem como as diferentes vivências que elas impõe aos habitantes da cidade.
As obras fonográficas de três artistas específicos: Vespas Mandarinas, Racionais MC e MC Luana Hansen; trazem três realidades distintas da cidade. A partir de uma breve análise da estética e dos conteúdos das obras, os alunos refletirão a respeito de como a classe média e alta, os grupos periféricos e as mulheres tem acesso à cidade de formas distintas. As outras fontes citadas servirão de apoio para os alunos interpretarem as músicas.
As atividades foram pensadas para darem autonomia aos alunos, tanto em sala de aula quanto fora dela. Os exercícios ministradas no espaço da aula devem ser feitos em forma de discussões em grupos e debates mediados pelo professore. As atividade para serem realizadas em casa também trazem a proposta da autonomia, também em relação ao espaço urbano. Buscamos incentivar a apropriação dos espaços públicos pelos alunos, seja de maneira material, comparecendo a determinados lugares, ou simbólica, retratando-os artisticamente.
ATIVIDADE 1 – O CARTÃO POSTAL DE SÃO PAULO: UMA MEGALÓPOLE DO CONSUMO – 60 minutos.
1- A primeira atividade tem como objetivo analisar criticamente a imagem construída sobre a cidade de São Paulo por seus próprios representantes políticos ou por determinados grupos que nela habitam. A ideia é questionar a imagem de uma megalópole universal marcada pela integração de diferentes grupos a partir do consumo.
2- Ao começar a aula o professor pode abrir um debate a respeito do que os estudantes acham da cidade. Perguntas gerais como você gosta da cidade de São Paulo? Quais os pontos positivos e negativos de morar aqui? Perguntas deste tipo servem como diagnóstico para o educador analisar a relação da classe com o espaço urbano.
3- Em seguida, o professor deve solicitar que os alunos se organizem em grupos de 6 a 8 pessoas para dar início às atividades em sala. A priori, os alunos receberão dois roteiros de passeios propostos pela Secretaria do Turismo de São Paulo. O site apresenta 3 roteiros para serem feitos no período noturno, sendo eles : Rua Augusta e Arredores, Vila Madalena e um terceiro chamado Romance cujo conteúdo aparentemente não existe no site.
A ideia desta primeira atividade é estudar os dois primeiros roteiros e estabelecer um padrão a respeito das atividades de lazer propostas.
4- Com os roteiros 1 e 2 em mãos, o professor deve instruir os alunos a fazerem uma breve pesquisa na internet a respeito dos locais indicados. Para tal, o professor pode solicitar que os alunos utilizem seus celulares ou os computadores da escola, caso haja disponibilidade.
5- Após as pesquisas serem feitas, o professor deve perguntar para os alunos quais as primeiras impressões sobre as fontes. A discussão deve girar em torno da natureza dos espaços de entretenimento apresentados pela prefeitura como espaços de lazer da cidade. No roteiro 1 a grande maioria dos espaços são privados, com algumas exceções de espaços públicos sendo utilizados com fins comerciais (feiras de artesanato). Já no roteiro 2 temos espaços privados completamente isolados do espaço público através de muros, seguranças e da entrada apenas mediante a pagamento.
6- Para alcançar o objetivo proposto o professor pode fazer perguntas para a sala que guiem o debate, tais como:
• O que media a relação das pessoas com o espaço nos ambientes citados?
• Qual é a relação destes espaços privados com os espações públicos que os rodeiam?
• Em relação ao público, você acha que uma parcela significativa da população consegue usufruir destes espaços ou são restritos a grupos específicos?
• A secretaria do turismo faz qualquer menção a esta problemática?
• Qual a imagem passada de São Paulo nesta propaganda do governo estadual para atrair turistas?
7- Estimamos que este primeiro debate em sala dure, média, 25 minutos.
8- Ainda com os alunos divididos em grupos, o professor deve apresentar a fonte referente a segunda parte da aula. A música Santa Sampa do grupo Vespas Mandarinas (Música 1) busca reiterar a imagem da capital paulista questionada até aqui. A questão que se coloca agora é: quais grupos usufruem dos espaços de lazer citados na parte anterior da aula? Esta é a primeira fonte que retrata a vivência de um determinado grupo na cidade.
9- Para uma maior compreensão da fonte, o professor deve apresentar para a classe os artistas que compuseram a música 1. Por se tratar de uma banda recente, o docente pode pedir para que os próprios alunos façam esta apresentação perguntando se algum deles conhece o grupo.
De qualquer forma, o professor deve garantir os alunos saibam que Vespas
Mandarinas é uma banda de pop rock formada na cidade de São Paulo em
2009. O álbum Animal Nacional, que contém a música aqui estudada, foi o trabalho que impulsionou a carreira da banda, chegando a ser indicado ao 14º Grammy Latino na categoria "Melhor Álbum de Rock Brasileiro", em 2013.
10-Ainda com os alunos separados em grupos, o docente entregará uma cópia da letra da música Santa Sampa. Com o documento em mãos, os alunos conseguirão acompanhar melhor o videoclipe e as discussões que se seguirão.
11-A análise da obra nos grupos deve passar por uma reflexão a respeito do conteúdo da letra, da estética da música e da estética do videoclipe. Por se tratar de uma tarefa mais complicada, reservamos para esta parte da aula em torno de 30 minutos.
12-Para ajudar os alunos na análise, recomendamos que o professor entregue para os alunos, junto com a letra da música, uma ficha com as seguintes questões:
• Quais as sensações que o eu lírico evoca em sua caminhada pela cidade? Como isto é materializado no videoclipe?
• Podemos pensar o vídeo dividido em 3 partes: a banda tocando a música, o personagem mascarado nos espaços públicos e o homem de terno nos espaços privados. Levando em conta os dois últimos, como podemos aproximar o discurso da música dos roteiros analisados no início da aula?
• O eu lírico demonstra, na letra da música, alguma restrição ao andar pela cidade?
• Nos espaços de lazer o personagem do vídeo sempre é mostrado consumindo bebidas. A ideia de uma cidade voltada para o consumo está presente na música?
• Quais as características dadas à cidade por parte do eu lírico?
• O que fica na cabeça do ouvinte quando a música chega ao fim? Você conhece o gênero pop rock?
• Qual é o papel atribuído às “mulheres elegantes” na música e no
videoclipe?
13-Ao terminarem os debates nos grupos, os alunos devem expor para o restante da sala as reflexões que fizeram sobre a música. A mediação do professor é fundamental neste momento, pois alguns pontos devem ser elucidados ao longo do debate. Quanto ao conteúdo da música, os alunos precisam compreender que a narrativa gira em torno da relação do eu lírico com a cidade de São Paulo. Esta relação é permeada por uma ideia de consumo nos “bares”, “rolês” e na própria relação que ele parece ter com a música (“ouvir um som”), o tédio vem em decorrência de uma relação distanciada com o espaço urbano, estabelecida a partir apenas de uma lógica consumista.
A estética da obra corrobora com esta interpretação. O gênero do pop rock é altamente mercadológico, voltado para uma lógica do consumo. A repetição constante do refrão e do segundo verso, quebrada apenas pelo primeiro verso e por um verso no meio do caminho onde a própria melodia da música sofre uma alteração (“A paranoia vai ter um final...”), tem o efeito de grudar na cabeça do ouvinte, tal qual as propagandas de televisão.
14-O objetivo desta primeira aula é mostrar para os alunos um tipo bastante específico de relação com a cidade estabelecia por determinados grupos. Para mantermos a proposta de colocar os estudantes como agentes do processo de transformar a cidade, propomos aqui uma atividade para ser feita em casa. Individualmente ou em grupos, os estudantes devem escrever uma paródia da música Santa Sampa tendo como tema o bairro onde moram ou o bairro onde estudam. O professor pode explicar que a paródia musical é uma forma de expressão artística onde o autor modifica a letra de uma canção para adaptar a mensagem para uma outra realidade, podendo ser cômica ou não. O professor também pode limitar o tamanho da paródia, caso convenha, à segunda estrofe e ao refrão (“Tédio vem sem aviso” até o segundo “Deixa eu caminhar”). A ideia é que os alunos registrem suas realidades e suas relações com o espaço a sua volta e compartilhem com a sala na atividade 2.
Exemplo: Victor Mauric, professor, morador do bairro da Mooca.
Tédio nos prédios
Jogar uma bola
No parque da Mooca
Assistir um jogo Do meu Juventus Na Javari
Deixa eu caminhar
Mooca santa
Nas calçadas desniveladas
Deixa eu caminhar.
A partir de um exemplo como esse o professor poderá mapear locais públicos ou privados de memória afetiva (“meu Juventus”), a situação da manutenção do espaço público (“calçadas desniveladas”) e atividades exercidas pelos alunos e suas respectivas localidades (“Jogar uma bola no parque da Mooca”).
ATIVIDADE 2 - ESPAÇOS DE SEGREGAÇÃO: ENTRE MUROS E SÍMBOLOS – 60 minutos.
15-O objetivo da segunda atividade é comparar as diversas vivências na cidade de São Paulo a partir das diferentes formas de apropriação do espaço público. Assim, buscamos mostrar a cidade não mais como ambiente democrático e sim com um local marcado por diferenças e segregações.
16-Na primeira parte da aula o professor deve solicitar que os alunos compartilhem suas paródias musicais com o restante da sala. É interessante que o próprio professor seja o primeiro a compartilhar uma de sua autoria para encorajar os alunos.
17-No decorrer da atividade, recomendamos que o docente anote na lousa pontos interessantes dos relatos. Espaços de lazer e suas caracterizações são o foco principal, pois serão os principais pontos de comparação com a música Fim de Semana no Parque, do grupo Racionais MC.
18-Antes de tomarem contato com a música propriamente dita, o professor novamente dividirá a sala em grupos de 6 a 8 alunos. Cada um receberá uma cópia de parte do Mapa da Desigualdade de São Paulo 2019 (imagem 1). O professor deve explicar aos alunos que o Mapa da Desigualdade é um estudo feito todos os anos, financiado pela prefeitura da cidade de São Paulo. O projeto consiste num levantamento de dados a respeito dos diferentes distritos da cidade, levando em conta elementos como mobilidade urbana, violência e acesso à cultura, por exemplo.
19-Em grupos, os alunos devem analisar a tabela fornecida e elaborar um pequeno texto. No exercício, o professor deve solicitar aos alunos que mobilizem os dados referentes ao acesso a cultura com as fontes da atividade 1. Os alunos devem responder:
• Segundo o desigualômetro e a média de espaços públicos, a cidade de São Paulo é um bom lugar para realizar atividades culturais não pautadas pelo consumo?
• Onde estão concentrados os espaços de lazer? A qual grupo eles são destinados?
• O acesso a estes espaços de cultura e lazer é desigual? Podemos afirmar que a cidade é um espaço democrático?
• A partir das paródias de seus colegas e da sua própria, você pode se considerar pertencente a um grupo privilegiado em relação ao acesso fácil a determinados ambientes?
20-A produção da atividade escrita pelos alunos em sala busca fomentar a discussão dentro dos grupos, bem como estimular a articulação de ideias a partir do texto escrito. Posicionando-se frente às desigualdades, esperamos que o aluno entenda melhor a posição que ocupa na cidade. Estipulamos que a atividade dure em torno de 20 minutos.
21-Em seguida, com o tema da desigualdade permeando a aula, o professor deve apresentar a música Fim de Semana no Parque, do grupo Racionais MC. A longa extensão da música pode ser um empecilho, cabendo ao professor selecionar alguns pontos caso haja necessidade. Além disto, é importante que o professor apresente os artistas para a sala.
Racionais MC é um grupo de rap paulistano que nasceu na periferia da cidade de São Paulo em 1990, no distrito do Capão Redondo. Seria interessante que o professor solicitasse aos alunos que procurasse o distrito no mapa da desigualdade. Em suas músicas, os membros Mano Brown, Edi Rock, KL Jay e Ice Blue cantam as experiências que os jovens negros de periferia vivem na cidade de São Paulo. Temas como crime, violência policial, exclusão social e racismo são denúncias frequentes em suas letras. A música do álbum Raio X Brasil, de 1993, apresenta um passeio por um parque qualquer da cidade de São Paulo.
Os alunos devem se atentar para como esta vivência é retratada em relação ao tédio e à facilidade de ir e vir da música apresentada na atividade anterior.
22-Junto com a letra da música, o professor pode entregar um questionário para ajudar os alunos a interpretar a fonte:
• No início da música, a quem Mano Brown dedica a canção? Quais as intenções que levaram os cantores a irem ao parque?
• A experiência dos músico no Parque Santo Antônio é tranquila? Quais obstáculos materiais são colocados para que eles tenham acesso pleno ao espaço público? Qual a relação destas barreiras com os pontos turísticos apresentados no roteiro “Rua Augusta e Arredores” (roteiro 2), da atividade anterior?
• A música é construída em cima da oposição entre “parque” e “quebrada”.
Como estas duas realidades convivem dentro daquele espaço? Como são retratados os símbolos de riqueza e consumo? Relacione com o roteiro “Vila Madalena” da atividade 1 (roteiro 1).
• Há um limite bastante evidente na obra dos Racionais MC: a forma como retratam as mulheres. Na música, como são caracterizadas as mulheres que estão ocupando o espaço público?
• Você conhece o gênero musical Rap? Quais diferenças você pode perceber entre ele e o pop rock? Eles possuem uma proposta semelhante?
23-Após uma breve discussão em grupo a respeito destes pontos, o professor deve pedir aos alunos que compartilhem suas reflexões com o restante da sala. Assim, terá início um debate mediado pelo professor.
Durante esta etapa da atividade, o professor deve guiar a atividade para elucidar determinados aspectos sobre a música. Primeiramente, em ralação ao conteúdo da canção, os alunos precisam compreender que se trata da vivência de um grupo marginalizado no espaço urbano. Esta experiência vem retratada sob uma ótica bastante excludente, a medida que estabelece um distanciamento da população negra e pobre com o ambiente do parque. Seja pelos muros (“Olha o pretinhos vendo tudo do lado de fora”) ou pelos símbolos de status (“Um, dois, três carros na calçada”), a música caracteriza uma relação de não pertencimento entre os indivíduos destes grupos, que a todo momento retornam em pensamento à quebrada como local de acolhimento.
Quanto à estética da música, o professor deve contextualizar o rap como uma manifestação cultural periférica. Diferente do pop rock, é um ritmo menos voltado para o consumo. Seu principal objetivo é passar uma mensagem, de denúncia, neste caso. O próprio universo do rap é apresentado com um “mundo da informação, autoconhecimento, denúncia e diversão”.
Por fim, o professor deve retomar a questão da violência contra a mulher na música. Existem duas figuras femininas predominantes na obra do Racionais MC: a mãe, santa e geralmente ligada aos espaços privados, e a “perversa”, que quase sempre aparece nos espaços públicos. Caso haja tempo o professor pode apresentar algumas músicas que tragam a temática materna, como Jesus Chorou, na qual Mano Brown coloca a personagem da dona Ana, responsável pela formação do bom caráter do filho. É uma construção tradicional de segregação da mulher no espaço urbano: excluída do espaço público, fica responsável por cuidar do ambiente privado.
24-Sobre a temática da representação da mulher e dos espaços que elas ocupam na cidade, o professor deve propor que os alunos realizem a seguinte atividade. Em grupos, eles devem fotografar pela cidade espaços que eles acreditam serem “femininos” e espaços que eles considerem “masculinos”. O objetivo é evidenciar como nossa sociedade constrói diferentes formas de segregação no tecido urbano que ultrapassam a questão étnica e econômica. As fotos devem ser trazidas e mostradas para o resto da classe durante a realização da atividade 3.
ATIVIDADE 3 – OUTRAS FORMAS DE SEGREGAÇÃO: AS MULHERES NO ESPAÇO PÚBLICO. – 60 minutos.
25-O objetivo desta atividade é refletir a respeito de um outro tipo de segregação na cidade de São Paulo. Além das questões raciais e de classe social, a segregação dos espaços públicos também acontece por conta da questão do gênero. Segundo Maria Odila, as fontes que documentam a presença das mulheres no espaço público paulista quase sempre está associada a atividades como serviços de cozinho, lavadeiras ou pequenas comerciantes. No entanto, predomina no imaginário mais conservador a ideia de que a esfera pública é predominantemente masculina, tanto que o voto feminino foi incorporada a Constituição apenas em 1932. Até então, a mulher era vista como alguém a ser tutelada pelos pais e maridos, ocupando o espaço público mas sem poder de decisão sobre ele. A ideia da atividade é contestar esta visão conservadora, que retira da agência feminina o protagonismo na transformação dos espaços públicos.
26-No início da aula o professor deve pedir para que os alunos apresentem as fotos solicitadas no item anterior. Dispondo os alunos em rodas, o professor deve dar início a um debate a respeito da divisão entre “lugares masculinos” e “lugares femininos”. A proposta da atividade é bastante tendenciosa, no sentido de já pressupor esta divisão. Entretanto, como o intuito é exatamente a provocação, acreditamos que este método fomentará debates interessantes a respeito da agência feminina no tecido urbano.
27-Em seguida, dispondo os alunos em roda e partindo das imagens, o professor deve levantar alguns questionamentos:
• Qual a natureza dos “espaços femininos”? Eles estão vinculados a
espaços públicos ou privados?
• Este fenômeno cria uma vivência diferente na cidade por parte de grupos femininos e grupos masculinos?
• Nas atividades realizadas até aqui, quantos artistas cantaram a realidade vivida por mulheres na cidade? Qual a perspectiva dos cantores sobre as mulheres no espaço público?
28-Antes de entrar na música três, o professor deve reforçar alguns pontos a respeito da representação feminina nas canções anteriores. Quanto à música do Vespas Mandarinas, tanto no videoclipe quanto na própria letra, as “mulheres elegantes” aparecem como mais um adereço da cidade. No vídeo elas aparecem sempre no refrão, quando o protagonista se encontra nos locais de lazer voltados ao consumo. Desta forma, podemos interpretar que, assim como a bebida que o homem toma, as mulheres na música são colocadas como “bens de consumo”. A impressão que temos é que as tais “mulheres elegantes” estão colocadas na vitrine da cidade, tendo como papel embelezar os lugares por onde ele caminha.
Em relação à música do Racionais MC também há uma aproximação da mulher com os objetos de consumo, mas de uma forma distinta. A primeira vez que a canção faz relação às mulheres é através da palavra “vagabundas”, posicionada entre as palavras “Vários estilos”, referindo-se aos carros nas garagens, e “motocicletas”. A mulher, caracterizada pejorativa e violentamente, se confunde com os bens de consumo que marcam as diferenças sociais do eu lírico durante seu passeio no parque. Desta forma, a revolta recai também sobre a mulher, que mais uma vez tem seu corpo colocado no espaço público de forma mercantilizada por vozes masculinas.
É importante que o professor ressalte que dois grupos distintos da cidade de São Paulo, um de classe média e um de periferia, compartilham mecanismos semelhantes de representação feminina.
29-A seguir, os alunos ouvirão a música Flor de Mulher, da MC Luana Hansen.
Luana é uma produtora musical e rapper que atua nas questões de representatividade das mulheres lésbicas, negras e periféricas. Sua canção retrata o dia a dia de um outro grupo, diferente dos estudados até aqui, que experiencia formas de violência física e simbólica específicas.
30-Depois de escutarem a música e assistirem ao videoclipe, ainda dispostos em rodas, o professor deve provocar os alunos para dar início a um novo debate a partir destes questionamentos:
• Como é o cotidiano da mulher representada na música? Preste atenção nas estatísticas citadas no início da música.
• A cantora coloca novos paradigmas de opressão e violência presenciado por um determinado grupo na cidade de São Paulo. Quais são estes paradigmas e quais grupos sofrem suas consequências?
• Qual é o posicionamento da cantora frente aos mecanismos de segregação que as mulheres sofrem no espaço público?
• Enquanto a obra Santa Sampa limita as mulheres a sua elegância, como adornos da cidade, e Fim de Semana no Parque retrata-as como “vagabundas, quais são os adjetivos usados para caracteriza a mulher na música Flor de Mulher?
• Porque você acha que o rap foi o gênero musical escolhido para a composição da obra?
• Sharylaine Sil é rapper, cantora, compositora, arte-educadora, produtora cultural, ativista cultural, social e política. O que a participação dela no clipe nos faz pensar?
31-Enquanto os alunos discutem a respeito das perguntas, o professor deve fazer intervenções para frisar pontos importantes da análise da música.
Em primeiro lugar, os alunos precisam compreender que a letra da música de Luciana Hansen denuncia, principalmente, os abusos e humilhações sofridas pelas mulheres em espaços públicos cotidianos, como no transporte público por exemplo. A temática do feminicídio também marca a canção, dividindo o protagonismo com a questão do abuso sexual.
Na própria música, em trechos como “Sai pra trabalhar pra que? Pra ser encoxada por um zé que nem você?”, fica claro como estas violências segregam a mulher ao espaço privado. Assim, os alunos devem concluir que a divisão “espaços femininos” e “espaços masculinos” é feita a partir de uma relação de violência machista que, material ou simbolicamente, expulsam as mulheres de determinados espaços. É importante ressaltar a reação de empoderamento feminino proposta, que também se encaixa como uma temática principal, colocando a mulher como “imperatriz” que luta pela ocupação de um espaço que lhe é de direito.
Quanto ao clipe, podemos analisar a partir da presença de duas mulheres de grupos sociais distintos. A presença delas ali mostra como as políticas de segregação dos corpos femininos no espaço público ultrapassam a questão étnica.
Assim, buscamos que o aluno compreenda esta outra forma de segregação que atinge outros grupos sociais.
32-A última atividade proposta para casa consiste numa pesquisa a ser desenvolvida pelos alunos em casa. Os alunos devem produzir uma redação a respeito das diferentes realidades vividas por diferentes grupos na cidade. A redação deve ser escrita em primeira pessoa e tomar como base o Mapa da Desigualdade de São Paulo 2019. A ideia é que os alunos elaborem um texto analisando quaisquer aspectos de desigualdades presentes na cidade de São Paulo. O fato de ser em primeira pessoa é importante para que os alunos se posicionem frente a tais desigualdades, formas de opressão e rituais de segregação. Assim, os alunos podem perceber as mudanças no seu próprio olhar sobre a cidade onde vivem, bem como se colocar como protagonista de uma narrativa que se passa na cidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A sequência didática proposta neste trabalho utiliza fontes extensas o suficientes para não serem esgotadas no tempo de uma aula. Entretanto, o professor tem total autonomia para selecionar partes das músicas, limitar o tempo em determinadas discussões e expandir em outras, reduzir o número de materiais e até aumentar o número de aulas, se possível.
A ideia central do trabalho é propor uma nova forma de conceber a cidade de São Paulo, na qual os alunos possam pensar criticamente a ideia de uma democracia urbana ao mesmo tempo em que se apropriam do espaço público através das atividades fora de sala de aula. Por isso, a autonomia dos alunos é importante tanto dentro de sala de aula quanto nas atividades de campo. Acreditamos que a experiência do cotidiano urbano e as reflexões em sala sejam a melhor forma de criar uma relação saudável e crítica com os espaços públicos e privados que os rodeiam.
MATERIAIS ATIVIDADE 1
Roteiro 1:
Vila Madalena, Secretaria do Turismo do Estado de São Paulo.
• Beco do Aprendiz;
• Beco do Batman;
• Blecker St. (bar dançante);
• Centro Cultural Vila Madalena;
• Feira da Praça Benedito Calixto;
• Feira de Artes e Artesanato Omaguás (em frente a Fnac);
• Feira Moderna (artes);
• Fnac (livraria);
• Galeria Fortes Vilaça (arte);
• Grazie a Dio (restaurante);
• Livraria da Vila;
• Livraria Lima Barreto;
• Madda (bar)
• Morrison (rock bar);
• Ofner (café 24h)
• Preta Pretinha (loja de bonecas);
• Salve Jorge (bar);
• Villa Grano (padaria).
(FONTE: http://spturis.com/sistemas/roteiros_a_pe/page_vilamadalena.php)
Roteiro 2
Rua Augusta e Arredores, Secretaria do Turismo do Estado de SP.
• Alberta #3;
• Clube ALôca;
• Clube Glória;
• Clube Royal;
• Exquisito;
• Fun House;
• Rose Velt;
• Sarajevo Club
• Studio SP;
• Tapas Club
• Vegas Club
Música 1
Santa Sampa, Vespas Mandarinas.
Andar à toa Entrar num bar Ouvir um som Ficar de boa Dar um rolê Não tô legal
Tédio vem sem aviso
Sou eu comigo
Nem sempre igual
Nada a ver ficar ligando
Sou invisível
Não sou ninguém
Deixa eu caminhar
Santa sampa
Entre mulheres elegantes
Deixa eu caminhar
Andar à toa
Deixa eu caminhar
Tédio vem sem aviso
Sou eu comigo
Nem sempre igual
Nada a ver ficar ligando
Sou invisível
Não sou ninguém
Deixa eu caminhar
Santa sampa
Entre mulheres elegantes
Deixa eu caminhar
A paranoia vai ter um final
Final feliz e um beijo fatal
A nossa história não tem nada igual
A gente faz nosso carnaval
Andar à toa
Deixa eu caminhar
Andar à toa
Deixa eu caminhar
Deixa eu caminhar
Santa sampa
Entre mulheres elegantes
Deixa…
(FONTE: https://www.vagalume.com.br/vespas-mandarinas/santa-sampa.html)
(LINK DO VIDEOCLIPE: https://www.youtube.com/watch?v=f4ZHgbXRSWk)
MATERIAIS ATIVIDADE 2
Imagem 1
Mapa da Desigualdade de São Paulo 2019, Rede Nossa São Paulo.
(FONTE: https://www.nossasaopaulo.org.br/wp- content/uploads/2019/11/Mapa_Desigualdade_2019_tabelas.pdf; Acesso Nov. 2019)
Música 2
Fim de Semana no Parque, Racionais MC.
1993, fudidamente voltando, Racionais Usando e abusando da nossa liberdade de expressãoUm dos poucos direitos que o jovem negro ainda tem nesse país
Você está entrando no mundo da informação, autoconhecimento, denúncia e diversão
Esse é o Raio X do Brasil, seja bem vindo
À toda comunidade pobre da zona sul
Chegou fim de semana todos querem diversão Só alegria nós estamos no verão, mês de janeiro
São Paulo, zona sul
Todo mundo à vontade, calor céu azul
Eu quero aproveitar o sol
Encontrar os camaradas prum basquetebol
Não pega nada
Estou à 1 hora da minha quebrada
Logo mais, quero ver todos em paz
Um, dois, três carros na calçada
Feliz e agitada toda prayboyzada
As garagens abertas eles lavam os carros Desperdiçam a água, eles fazem a festa Vários estilos vagabundas, motocicletas
Coroa rico boca aberta, isca predileta
De verde florescente queimada sorridente
A mesma vaca loura circulando como sempre Roda a banca dos playboys do Guarujá Muitos manos se esquecem na minha não cresce
Sou assim e tô legal, até me leve a mal
Malicioso e realista sou eu Mano Brown
Me dê 4 bons motivos pra não ser
Olha o meu povo nas favelas e vai perceber
Daqui eu vejo uma caranga do ano
Toda equipada e um tiozinho guiando
Com seus filhos ao lado estão indo ao parque Eufóricos brinquedos eletrônicos Automaticamente eu imagino
A molecada lá da área como é que tá Provavelmente correndo pra lá e pra cá Jogando bola descalços nas ruas de terra É, brincam do jeito que dá
Gritando palavrão é o jeito deles
Eles não têm videogame e às vezes nem
televisão
Mas todos eles têm Dom Um São Cosme e
São Damião
A única proteção
No último natal papai Noel escondeu um brinquedo
Prateado, brilhava no meio do mato
Um menininho de 10 anos achou o presente
Era de ferro com 12 balas no pente
O fim de ano foi melhor pra muita gente
Eles também gostariam de ter bicicletas De ver seu pai fazendo cooper tipo atleta Gostam de ir ao parque e se divertir
E que alguém os ensinasse a dirigir
Mas eles só querem paz e mesmo assim é um sonho
Fim de semana no Parque Santo Antônio
Vamos passear no parque Deixa o menino brincar Fim de semana no parque Vamos passear no parque
Vou rezar pra esse domingo não chover
Olha só aquele clube que dahora
Olha aquela quadra, olha aquele campo, olha
Olha quanta gente
Tem sorveteria, cinema, piscina quente Olha quanto boy, olha quanta mina Afoga essa vaca dentro da piscina
Tem corrida de kart dá pra ver
É igualzinho o que eu vi ontem na TV
Olha só aquele clube que dá hora
Olha o pretinho vendo tudo do lado de fora
Nem se lembra do dinheiro que tem que levar Do seu pai bem louco gritando dentro do bar Nem se lembra de ontem, de hoje e o futuro Ele apenas sonha através do muro
Milhares de casas amontoadas
Ruas de terra esse é o morro, a minha área me espera
Gritaria na feira (vamos chegando!)
Pode crer eu gosto disso mais calor humano
Na periferia a alegria é igual
É quase meio dia a euforia é geral
É lá que moram meus irmãos, meus amigos
E a maioria por aqui se parece comigo
E eu também sou o bam, bam, bam e o que manda
O pessoal desde às 10 da manhã está no samba
Preste atenção no repique e atenção no acorde
(Como é que é Mano Brown?) Pode crer pela ordem
A número, número 1 em baixa renda da cidade
Comunidade zona sul é, dignidade
Tem um corpo no escadão, a tiazinha desce o morro
Polícia a morte, polícia socorro
Aqui não vejo nenhum clube poliesportivo Pra molecada frequentar, nenhum incentivo O investimento no lazer é muito escasso
O centro comunitário é um fracasso
Mas aí, se quiser se destruir está no lugar certo
Tem bebida e cocaína sempre por perto
A cada esquina 100, 200 metros
Nem sempre é bom ser esperto
Schmith, Taurus, Rossi, Dreher ou Campari Pronúncia agradável, estrago inevitável Nomes estrangeiros que estão no nosso meio pra matar m.e.r.d.a
Como se fosse ontem ainda me lembro
7 horas sábado 4 de dezembro
Uma bala uma moto com 2 imbecis
Mataram nosso mano que fazia o morro mais feliz
E indiretamente ainda faz, mano Rogério esteja em paz
Vigiando lá de cima
A molecada do Parque Regina
Vamos passear no parque Deixa o menino brincar Fim de semana no parque Vamos passear no parque
Vou rezar pra esse domingo não chover
Tô cansado dessa porra de toda essa bobagem
Alcoolismo, vingança, treta, malandragem
Mãe angustiada, filho problemático
Famílias destruídas, fins de semana trágicos O sistema quer isso, a molecada tem que aprender
Fim de semana no Parque Ipê
Vamos passear no parque Deixa o menino brincar Fim de semana no parque Vamos passear no parque
Vou rezar pra esse domingo não chover
Pode crer Racionais MC's e Negritude Júnior juntos
Vamos investir em nós mesmos, mantendo distância das
Drogas e do álcool
Aí rapaziada do Parque Ipê, Jardim São Luiz, Jardim Ingá, Parque Arariba, Vaz de Lima Morro do Piolho, Vale das Virtudes e Pirajussara
É isso aí Mano Brown (é isso ai Netinho, paz à todos)
(FONTE: https://www.vagalume.com.br/racionais-mcs/fim-de-semana-no-
(LINK DA MÚSICA: https://www.youtube.com/watch?v=TzFDsewGAWg)
MATERIAIS ATIVIDADE 3
Música 3:
Flor de Mulher, MC Luana Hansen.
(A cada duas horas uma mulher é assassinada no país)
Mulher, no topo da estatística
32 Anos, uma pobre vítima
Vivendo num sistema machista e patriarcal
Onde se espancar uma mulher é natural
A dona do lar, a dupla jornada, Sempre oprimida, desvalorizada
Até quando eu vou passar despercebida A cada 5 minutos uma mulher é agredida E você, pensa que isso é um absurdo
A cada hora 2 mulher sofrem abuso
Sai pra trabalhar, pra quê?
Pra ser encoxada por um zé feito você, Que diz: "eu não consegui me controlar,
Olha o tamanho da roupa que ela usa, rapá!" A culpada, em todos os lugares,
Violentada, por gestos, palavras, e olhares
Alvo do mais puro preconceito
Já que tá ruim, ela que não fez direito! Objeto de satisfação do prazer Desapropriada da opção do querer Agredida em sua própria residência Julgada sempre pela aparência
Numa situação histórica e permanente, A sociedade que se faz indiferente Questão cultural, força corporal,
Visão moral, pressão mental
Levanta sua voz e me diz qualé que é É embassado ou não é... Ser mulher!? (Se eu sou mulher estou pronta pra lutar)
(Se eu sou mulher eu vou sempre avançar) (Se eu sou mulher ninguém vai me parar, Ninguém vai me parar!)
(Se eu sou mulher estou pronta pra lutar) (Se eu sou mulher eu vou sempre avançar) (Se eu sou mulher ninguém vai me parar, Ninguém vai me parar!)
A raiz é o espelho
Do que eu digo
E a semente espalha
Tudo o que é dito
Do seu jardim nasceu a flor desobediente
Enquanto ela existir vai ser diferente
Descluindo e criando
Saltando barreiras
A faraó, a verdadeira
Valente imperatriz, revolucionária
A pioneira, nunca retardatária! Se gruda nóis pura ousadia
A venenosa, erva daninha Lider nata na estrina Mulher ipanema, heroína No grito e no ferro
Que nunca se entrega Quebrando o tabu Destruindo as regras
Autêntica, polêmica, combatente Coloca a mulher sempre a frente Enigmática, apoiada pela fé Decidida, sabe sempre o que quer
Estrategista, de uma mente brilhante
Forte, corajosa, cativante
Guerreira, campeã, atrevida
Na luta diária pra ser reconhecida A dona do seu corpo imponente Tira provisão independente
A favor da liberdade eliminando o preconceito
Inteligente, merecedora de respeito A trabalhadora, a chefe de família, A produtora, a feminista
Levante a sua voz e me diz qualé que é É embassado ou não é... Ser mulher!? (Se eu sou mulher estou pronta pra lutar)
(Se eu sou mulher eu vou sempre avançar) (Se eu sou mulher ninguém vai me parar, Ninguém vai me parar!)
(Se eu sou mulher estou pronta pra lutar) (Se eu sou mulher eu vou sempre avançar) (Se eu sou mulher ninguém vai me parar, Ninguém vai me parar!)
Ninguém vai me parar!
A raiz é o espelho
Do que eu digo
E a semente espalha
Tudo o que é dito
(FONTE: https://www.letras.mus.br/mc-luana-hansen/flor-de-mulher/)
(LINK VIDEOCLIPE: https://www.youtube.com/watch?v=loZGkbDgjkw)
REFERÊNCIAS
ABRAHÃO, Jorge (org.). Mapa da Desigualdade de São Paulo 2019. Disponível em: https://www.nossasaopaulo.org.br/wp- content/uploads/2019/11/Mapada_Desigualdade_2019_apresentacao.pdf; Acesso: Nov. 2019.)
CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. Cidade de Muros – Crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Editora 34, 2000.
DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Quotidiano e Poder em São Paulo no século XIX. 2 ed. rev. São Paulo: Brasiliensis,1995.
MC LUANA HANSEN. Flor de Mulher (2018). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=loZGkbDgjkw. Acesso em: Nov. 2019.
RACIONAIS MC. Fim de Semana no Parque (1993). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=TzFDsewGAWg. Acesso em: Nov. 2019.
VESPAS MANDARINAS. Santa Sampa (2013). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=f4ZHgbXRSWk. Acesso em: Nov. 2019.