Moradia - vida nas favelas

Universidade de São Paulo
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Departamento de História
Disciplina: Uma História para a cidade de São Paulo- Um desafio pedagógico FLH0425
Docente: Profa. Dra. Antonia Terra Calazans
Discente: Cristiane Paiva n. Usp: 3745149
 
Sequencia didática: segregação/ favelas/moradia
São Paulo, 14 de dezembro de 2016
 
 
 
Tema: Moradia - vida nas favelas
 
O processo de urbanização das cidades brasileiras a partir do século XX alterou de forma significativa a ocupação do território, principalmente na cidade de São Paulo. Os processos migratórios de áreas rurais para as cidades, onde a oportunidade de emprego colocou-se como uma questão assim como, o acesso aos equipamentos estruturais, fizeram com que a partir da de década de 1940 ocorresse a superpopulação da cidade de São Paulo sem qualquer planejamento social para abrigar as populações empobrecidas. A construção de favelas foi a maneira encontrada por essas populações para se acomodarem na cidade frente a neglicência estatal, o alto custo dos aluguéis e a especulação imobiliária.
 
O processo de urbanização portanto, ocorreu frente a uma crescente desigualdade social em que a progressiva marginalização e expulsão dos pobres dos grandes centros em direção a áreas periféricas da cidade de São Paulo.
 
 
 
Justificativa:
A questão da moradia na cidade de São Paulo desde sua urbanização tem se colocado com um grande problema. Cotidianamente escutamos notícias nos mais diversos meios de comunicação sobre a precariedade e/ou a completa falta de moradia na cidade. Segundo dados da prefeitura municipal de São Paulo o número de pessoas em situação de rua chegou em 2015 a 7335 pessoas. Além disso, a cidade vive uma situação de emergência habitacional com um déficit de 230 mil moradias, segundo Raquel Rolnik, urbanista e ex-relatora das Naçöes Unidas.
 
Diante desse quadro observamos também o processo de gentrificação, processo pelo qual determinadas áreas da cidade são valorizadas e as populações mais pobres são expulsas e/ou banidas desses lugares por não poderem pagar alugueis abusivos ou praticarem atividades comerciais que dependem do espaço público.
 
Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que completa 68 anos em 2016, o direito a moradia digna está previsto desde o segundo pós II Guerra Mundial. Portanto, ao nos debruçarmos sobre a questão da moradia além pensarmos sobre questões do mundo contemporâneo estamos também fazendo uma investigação sobre a violação de direitos dos habitantes da cidade e por que não da sociedade brasileira.
 
 

São Paulo: Resquícios do Passado x Vida Atual na Metrópole

Aluno:Aline Santos

Orientador: Antonia Terra

 

Objetivo

 

Fornecer ferramentas para professores de Ensino Fundamental e Médio para trabalharem a historia da cidade sob uma nova perspectiva, dando enfoque em questões atuais, relativas ao conflito: resquícios do passado X vida atual na metrópole.

 

Edifício Copan

•Cemitério da Consolação

•Avenida Paulista

 

Rota de Passeio

 

•Praça da Sé

•Mercado Municipal

São Paulo: padrões de segregação socioespacial

São Paulo: padrões de segregação socioespacial

 

Autor: Eduardo Gomes de Souza

Escola: EMEF Pres. João Pinheiro

Público alvo: Alunos de 8º e 9º anos

Disciplinas: História, Língua Portuguesa e geografia

Duração: 18 aulas

 

“O urbanismo é a tomada do meio ambiente natural e humano pelo capitalismo que,

ao desenvolver-se em sua lógica de dominação absoluta, refaz a totalidade

do espaço como seu próprio cenário” (A sociedade do espetáculo, Guy Debord)

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      Introdução

      Diversas áreas das Ciências Humanas têm se debruçado sobre a questão da desigualdade social, do processo de segregação socioespacial e da relação centro-periferia dentro do espaço urbano em um contexto de demandas do modo de produção capitalista. Muito se produziu em pesquisas acadêmicas sobre o assunto, autores consagrados conseguiram renome a partir de produções que debatiam esse assunto, dentre esses podemos destacar as pesquisas de Nicolau Sevcenko, Paul Singer, Henry Lefebvre, Sidney Chaloub, Milton Santos. Porém pouco se debateram esses temas de forma conexa nas escolas de ensino fundamental e médio, principalmente dentro de um enfoque que os explique historicamente.

      Dessa forma, já é chegada a hora, se nosso objetivo é realmente “formar um cidadão crítico”1, de trazer debates dessa ordem para dentro da escola, pois eles teriam a potencialidade de explicar o aluno no mundo, de explicá-lo em sua comunidade, em sua cidade, as suas relações sociais, culturais, econômicas no meio urbano da metrópole paulistana, ou de qualquer outra no mundo ocidental capitalista, conscientizando-o e problematizando sua existência no espaço, na sociedade e na história, podendo ele, de maneira mais cristalina, “recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaborar propostas de intervenção na realidade, respeitando os valores humanos”2. No entanto, ao

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1 Parâmetros Curriculares Nacionais -História

2 Como propõe o ENEM em uma das cinco competências a serem desenvolvidas e avaliadas por esse exame.