São Paulo: Resquícios do Passado x Vida Atual na Metrópole

Aluno:Aline Santos

Orientador: Antonia Terra

 

Objetivo

 

Fornecer ferramentas para professores de Ensino Fundamental e Médio para trabalharem a historia da cidade sob uma nova perspectiva, dando enfoque em questões atuais, relativas ao conflito: resquícios do passado X vida atual na metrópole.

 

Edifício Copan

•Cemitério da Consolação

•Avenida Paulista

 

Rota de Passeio

 

•Praça da Sé

•Mercado Municipal

Santa Efigênia

•Praça da República

mapa praça da república

 

Praça da Sé

praça da sé

“Marco Zero”

praça da sé

 

 

Mercado Municipal

                                            

•Emergência da “Metrópole do café”

•1924 –Construção de um mercado à altura da cidade. 

mercado municipal século x

Mercado municipal no século X

mercado municipal

 

 

Santa Efigênia

                                             

Objetivo de sua construção: Facilitar o trânsito de carros e carruagens que enfrentavam a ladeira da Avenida São João –testemunho da “Belle Epocque”

viaduto santa efigênia

 

Viaduto Santa Efigênia atualmente

santa efigênia atualmente

 

 

 

Praça da República

                                      

Início de sua formação –Século XVIII Atribuições: exercícios militares,festas, cavalgadas e touradas.

praça da república

Praça da Republica no inicio do século XX

praça da república século XX

                                                  

Edifício Copan

 

•Localização: Centro de São Paulo

•Arquiteto: Oscar Niemeyer

•Projetado na década de 50

•É considerado o maior edifício da América Latina.

edifício copan

Edifício Copan. 

edifício copan

 

 

 

Cemitério da Consolação

-Primeiro cemitério da cidade -Finalizado em 1858 -Motivações: evitar a disseminação de doenças devido a proximidade entre mortos e vivos.

cemitério da consolação

Cemitério da Consolação -atualmente

cemitério da consolação

Avenida Paulista

•Inicialmente –Símbolo de poder da elite.

•Hoje –Símbolo de Progresso; Apropriada por diversos grupos sociais

•Sua importância não está relacionada ao seu espaço físico e sim ao uso que dele se faz.

Av Paulista

Paulista –foto tirada no séc. XIX

av paulista século XIX

 

 

Roteiro do Aluno

 

Praça da Sé

A

Praça da Sé abriga o marco zero da cidade de São Paulo, por meio do qual é possível calcular a distância de qualquer lugar em relação ao centro da cidade. A primeira construção dessa região foi a Igreja Matriz, de 1588, que foi reformada e re-estruturada 366 anos depois, em 1954, em razão do aniversário de 400 anos da cidade.

Uma das mais importantes construções da praça é a Catedral Metropolitana, ou Catedral da Sé, que sofreu uma reforma há três anos para que as 14 torres previstas na planta original fossem construídas. A catedral apresenta arquitetura gótica e bizantina, é a maior igreja de São Paulo e uma das maiores do mundo.

Suas medidas são: 111 metros de comprimento, 46 de largura, 92 de altura e capacidade para 8 mil pessoas, além de contar com o maior órgão da América do Sul, com mais de 10 mil tubos.

 

Mercado Municipal

 

Com o surgimento da emergente “metrópole do café” e com o rápido crescimento urbano, o povo de São Paulo começou a cogitar que a cidade estava merecendo um mercado bem melhor do que existia na época, que era conhecido como : Mercado dos Caipiras ou Mercado Grande. Em 1924 foi aprovada a lei para construção de um mercado realmente à altura da cidade. As pessoas daquela época, não queriam apenas um simples mercado, e sem uma construção grandiosa, que realmente representasse a beleza de São Paulo, já naquele tempo.

Para sua construção, escolheram uma área de 12.600 metros quadradro, próximo ao rio Tamanduateí, pois era abastecido, com produtos vindos de chácaras e sítios, do litoral e até do exterior.

 

Viaduto Santa Ifigênia

 

Sua obra foi executada entre 1911 e 1913, com projeto dos arquitetos italianos Giulio Michetti e Giuseppe Chiapori. O viaduto de metal tem 225 m de comprimento e foi encomendado na Bélgica, de onde as peças vinham prontas para serem montadas aqui, o que demorou três anos. Na construção das fundações, atuou o mestre-de-obras alemão Grundt. Os responsáveis alegavam que a cidade não dispunha de mão-de-obra especializada para garantir a execução de uma obra perfeita como essa, o que a tornou a mais cara executada na época, tanto que o município pela primeira vez aventurou-se a pedir um financiamento - 750 mil libras esterlinas - junto ao governo da Inglaterra.

O objetivo era facilitar o trânsito dos carros e carruagens que enfrentavam a difícil ladeira da Avenida São João, além de melhorar o trânsito dos bondes que subiam a Rua São bento e a Rua XV de Novembro, e que contariam, a partir de então, com uma ligação mais eficiente entre os dois lados do Anhangabaú.. Atualmente, o viaduto serve exclusivamente como área de passagem para pedestres.

Seus gradis são um testemunho da belle époque, com destaque para o estilo art nouveau, embora já não sejam tão rebuscados. Em 1978, teve sua estrutura totalmente recuperada pela EMURB e uma escada metálica que dá acesso ao Vale do Anhangabaú foi acrescentada. Com estrutura pintada de ocre, arcos multicoloridos e uma iluminação noturna que destaca suas linhas, esta obra marca, ao lado do Viaduto do Chá, a paisagem do vale.

 

Praça da Republica

 

A Praça da República começou a se formar no século XVIII, nas terras que pertenciam ao tenente José Arouche de Toledo Rendon. No início, o local era utilizado para exercícios militares. Depois, foi palco de festas, cavalgadas e até touradas, além de servir como pasto de animais. Por isso, um de seus nomes foi Largo dos Curros. O nome atual data de 1889, quando o País tornou-se uma república. Em 1892, a construção do Viaduto do Chá ajudou na ocupação ao redor da Praça, porque foi facilitada a passagem entre o chamado Centro Velho e o Centro Novo.

Em 1894, a praça ganhou o primeiro grande marco, a Escola Normal, hoje conhecida como Edifício Caetano de Campos, que abriga a Secretaria Estadual da Educação. Em 1905, após uma grande reforma, a Praça da República foi entregue totalmente remodelada à população, com lagos e pontes. Em 1978 começaram as obras de implantação do Metrô. A estação foi inaugurada em 1982.

 

Edifício Copan

 

O edifício Copan, localizado no centro da cidade, completou quatro décadas de inauguração no dia 25 de maio de 2006. Símbolo da arquitetura moderna brasileira, seu projeto foi concebido pelo líder do movimento, o arquiteto Oscar Niemeyer, em 1954, na ocasião do IV Centenário de São Paulo.

Encomendado pela Companhia Pan-Americana de Hotéis e Turismo, o objetivo principal era se um grande centro urbanístico no modelo do Rockfeller Center. No entanto, a obra só foi iniciada em 1957, depois de várias alterações em seu plano original. O fato da cidade apresentar um enorme potencial imobiliário e turístico foi um dos principais motivos para o desenvolvimento do projeto, finalizado em 1966, por Carlos Leme.

O prédio tem a maior estrutura de concreto armado do país, com 115 metros de altura, repartidos em 32 andares e 120 mil m² de área construída. É dividido em seis blocos, com um total de 1.160 apartamentos de dimensões variadas, numa estimativa de 5 mil residentes e mais 70 estabelecimentos comerciais. Os Correios decidiram designar para o condomínio do edifício um CEP especial, 01066-900.

Sua arquitetura em forma de “S” está sempre evidente no horizonte de quem passa pelas principais vias da cidade. Está localizado na região Central, na Avenida Ipiranga, 200.

 

Cemitério da Consolação

 

Cemitério da Consolação é a mais antiga necrópole em funcionamento na cidade de São Paulo e uma das principais referências brasileiras no campo da arte tumular. Localiza-se no distrito da Consolação, na região central da capital paulista. Primeiro cemitério público da cidade, foi inaugurado em 1858 com o nome de Cemitério Municipal, com o objetivo de garantir a salubridade e evitar epidemias, substituindo o hábito então recorrente de sepultar os mortos nos interiores das igrejas. Atualmente, é um dos 22 cemitérios públicos administrados pelo Serviço Funerário do Município de São Paulo.

Com a prosperidade advinda da cafeicultura e o surgimento de uma expressiva burguesia em São Paulo, o Cemitério da Consolação passou a abrigar obras de arte produzidas por escultores de renome, para ornamentar os jazigos de personalidades importantes na história do Brasil, como Campos Sales, Washington Luís, marquesa de Santos e Monteiro Lobato. Entre os artistas que produziram obras para o cemitério encontram-se Rodolfo Bernardelli, Victor Brecheret, Bruno Giorgi e Celso Antônio de Menezes. Mantém visitas guiadas, por meio do projeto “Arte Tumular”.

 

Avenida Paulista

 

A famosa Avenida Paulista se tornou ícone máximo dos paulistanos. Como um dos pontos turísticos mais característicos da capital, sua grandiosidade diferencia São Paulo das outras cidades do Brasil e do mundo.

Difícil é imaginar que a região, em meados de 1782, era apenas uma grande floresta denominada Caaguaçu (“mato grande” em tupi) pelos índios. Era ali, atravessando o sítio do Capão, que a estrada da Real Grandeza cortava a vegetação grossa com uma pequena trilha. Quando o engenheiro uruguaio Joaquim Eugênio de Lima, juntamente com dois sócios, comprou a área, começou a trabalhar na sua urbanização de forma inovadora, criando grandes lotes residenciais. Em 8 de dezembro de 1891 foi inaugurada a primeira via a ser asfaltada e a primeira arborizada. A população da cidade não passava de 100 mil habitantes quando a Avenida Paulista ficou pronta.

Seu desenvolvimento prosseguiu com a inauguração do Parque Villon, em 1892, também conhecido como Parque Trianon.

Anos mais tarde o nome foi alterado para Parque Tenente Siqueira Campos, mas o apelido Trianon permanece. Sua área verde é remanescente da Mata Atlântica e ele apresenta espécies nativas e diversas esculturas.

Na década de 50, as construções residenciais, com seus estilos variados, começaram a ceder lugar aos edifícios comerciais. Um dos marcos da arquitetura moderna foi a inauguração do Conjunto Nacional, em 1956.

A região atraiu muitos investimentos por estar bem localizada e possuir grande infra-estrutura. Todo esse interesse consolidou a avenida como o maior centro empresarial da América Latina. Devido à grande quantidade de sedes de empresas, bancos e hotéis, a Paulista recebe milhares de turistas de negócios todos os dias.

Além da vocação econômica, oferece rica variedade de programas culturais. O Masp (Museu de Arte Moderna Assis Chateaubriand), inaugurado em 1968, possui o acervo da arte ocidental mais significativa dos países latinos. A Casa das Rosas foi concebida em 1928 por Ramos de Azevedo nos padrões do classicismo francês. A construção onde funciona um centro cultural dedicado à poesia hoje é tombada por seu valor histórico.

 

Roteiro do Professor

 

Edifício Copan

 

  •  Conteúdo que pode ser utilizado:

O edifício Copan situa-se no centro de São Paulo, projetado por Niemeyer no inicio da década de 50, surge em um momento de aquecimento da economia, o que proporcionou um aquecimento do mercado imobiliário, multiplicando assim o numero de construções. É considerado o maior edifício da América Latina, sendo representante de valores presentes na década de 50: “gigantismo, verticalização e adensamento populacional”.

Apenas na década de 20 são introduzidos edifícios residenciais na cidade, porém ainda conservando o padrão de mansões.

O edifício passou por uma fase de decadência na década de 80, porém hoje vive uma fase de recuperação, devido à intenção da Prefeitura do Município da cidade de São Paulo em recuperar o centro da cidade e também devido a Lei Municipal 12.34 conhecida como “Operação Urbana Centro”, que propõe medidas que buscam revitalizem o uso habitacional da região. Portanto o Copan trata-se se um símbolo de crescimento da cidade. O edifício foi projetado em uma época que a economia passava por um processo de fortalecimento e industrialização, portanto a malha urbana se adensava, sendo uma das conseqüências do processo  a verticalização inicialmente, da área central.

O Copan é um símbolo dessa nova dinâmica da cidade, sendo construindo para criar uma imagem grandiosa para a cidade que se preparava para se tornar uma metrópole.

 

  • Curiosidades
  • “Hoje o edifício Copan ocupa terreno de 6.006,035 m2, tem 1.160 apartamentos distribuídos em 6 blocos e área comercial no térreo com 73 lojas, alem de cinema.O bloco A tem 64 apartamentos de 2 dormitórios, o bloco C e D tem 128 apartamentos de 3 dormitórios, o bloco B tem 640 Kitchenettes e apartamentos de 1 dormitório e o bloco E e F tem 328 kitchenettes e apartamentos de 1 dormitório.O edifício possui 20 elevadores no total e 221 vagas para automóveis em dois subsolos.”
  • Galeria do Copan -

“A galeria possui atualmente 73 lojas, cinco entradas, acesso aos seis blocos do edifício, acessos ao cinema (que hoje e ocupado por culto religioso) e corredor de circulação com larguras variadas.O corredor  de circulação e sinuoso e, em determinado momento, dividi-se circundando uma ilha de lojas centrais.”

  • “Em Levantamento feito no dia 07/03/2005 constatou-se que existem oito cabeleireiros, uma pizzaria/restaurante, dois restaurantes, um restaurante self-service, quatorze boutiques, duas vídeo locadoras, duas lanchonetes, uma sapataria feminina, um despachante, uma alfaiataria, um dentista (com imobiliária no piso superior), uma perfumaria, uma loja de relógios, duas lojas de presentes e variedades, um pet shop, duas lavanderias, uma padaria, um supermercado, uma ótica e uma cafeteria.Finalmente duas lojas servem de apoio a um dos restaurantes e quinze lojas estão desocupadas.”.
  •  Método de abordagem

O Professor deve inserir o Copan, e o modelo adotado para sua construção dentro do contexto da época, relacionando o desenvolvimento econômico e a construção do mesmo como um dos símbolos da cidade e de valores presentes nesse processo. Deve incluir também em suas discussões a tópica da conservação do patrimônio histórico, salientado a importância dessa questão despertando nos alunos a percepção da importância de conservar estes símbolos da cidade, representativos da uma memória que está se perdendo em meio às rápidas transformações impostas pelo ritmo acelerado das economias mundiais.

 

Cemitério da Consolação

 

  • Conteúdo que pode ser utilizado:
  • O cemitério da Consolação pode ser considerado um museu a céu aberto, já que famílias construíram através de inscrições, esculturas e monumentos memórias pessoais, além de fornecer indicativos da presença de imigrantes na cidade, e de suas condições sociais (já que apenas inicialmente membros de grupos menos abastados eram enterrados naquele local, após a abertura de outras necrópoles e da diminuição do espaço disponível para construção de novas sepulturas o uso do cemitério restringiu-se cada vez mais aos membros da elite), e dos sentimentos diante da morte.
  • O cemitério da Consolação foi o único da cidade ate o ano de 1893,  sua inauguração se deu devido ao fato de que os enterros dentro das igrejas estavam gerando criticas de higienistas que consideravam essa pratica uma das causas das grandes epidemias que assolavam a cidade.Era o medo de os mortos contaminarem os vivos.O debate que originou dessa questão de enterros extramuros esta relacionada às crenças de que os mortos deveriam ser enterrados em territórios sagrados para que estivessem mais próximos do paraíso.Além disso os enterros nas igrejas eram também formas  de ostentar o prestígio social já que, quanto mais próximo do altar-mor o falecido fosse enterrado, melhor sua condição social.
  • Em 1829 o vereador Joaquim Alves Alvim propõe a construção de um cemitério publico na cidade, a construção inicia-se em 1855 e demora a ser construída devido à falta de verbas.Após uma doação da Marquesa de Santos a construção se viabiliza sendo concluída em 15 de Agosto de 1858.
  • O cemitério passou também por reformas, planejadas por Ramos de Azevedo, para que sua aparência fosse condizente com os mortos que ali estavam enterrados. É também o lugar onde ainda vivem, de maneira simbólica, personagens da história paulistana como: escritores (Oswald de Andrade, Tarsila de Amaral, Mario de Andrade), atores políticos (Campos Sales, Washington Luis), grandes industriais (como o conde Matarazzo).
  •  Método de abordagem

O professor pode fazer uma apresentação inicial do cemitério, explicando as motivações de sua construção,  o seu papel como um dos centros de memória da cidade, onde estão presentes personagens da história paulistana, e obras de grandes escultores, nacionais ou não.Além de retomar a importância de conservação do patrimônio histórico, pois o que ocorre hoje, é como diz Giulo Carlo Argan, uma briga entre o que resta do passado e a vida atual na metrópole.Conclui-se que em breve não será mais possível relacionar os objetos e obras de arte espalhadas pela cidade, com o próprio espaço urbano.O professor pode usar também a perspectiva do autor que defende que cemitério não deve ser analisado isoladamente, dele devem ser retirados elementos que possibilitem a compreensão da cidade em sua constituição geral, de diferentes espaços da cidade repletos de historias que ainda não foram reveladas.

Pode também ser abordada a questão dos muros que antes eram utilizados para proteger os vivos dos mortos que eram tidos como causadores de doenças, e que agora e invertida.Os muros agora protegem os mortos dos vivos, na medida em que os túmulos sofrem constantes depredações, possuem suas paredes pichadas, obras que são quebradas, placas de bronze que são roubadas, ou túmulos que são profanados na busca de objetos preciosos que os mortos possam ter levado consigo.

 

  •  Atividade

Proposta - Redigir um pequeno texto com as palavras chaves: - Patrimônio Histórico - Memória - Modernização Avenida Paulista

 

  • Conteúdo que pode ser utilizado:
  • A Paulista sempre foi revestida de um certo simbolismo, representando inicialmente os poderes da elite, e posteriormente sendo apropriada de diversas formas por outros grupos sociais, utilizando-na para manifestações ou simplesmente para contempla-la (podemos citar os passeios de bonde pela Paulista em 1900, quando é inaugurada a linha de bonde da Paulista, originando para a cidade a imagem de um ponto turístico, de passeio)
  • A São Paulo de 1900 já era um espaço de antagonismos, sendo que a Paulista já se apresentava como uma alternativa à realidade conhecida na medida em que foi construída com o intuito aproximar-se de condições encontradas na Europa.
  • Esse ícone deve ser analisado a partir do conhecimento de que uma elite que se apropriou de um espaço para demonstrar seu poder, através  da construção de grandes casarões, cenários que juntamente com a metamorfose da metrópole, se transformou gerando possibilidades de identificação de classes menos abastadas.
  • Podemos concluir que a Paulista mantém-se como um dos principais símbolos da cidade graças a sua capacidade de acompanhar os novos padrões que são impostos, diferentemente dos ícones do centro velho que perde a representatividade devido a menor dinâmica em relação á metamorfose das aglomerações.
  • A Paulista foi inicialmente à forma pelo qual as elites enriquecidas pelo setor cafeeiro, expressaram seu poder  construindo grandes casarões, que hoje já não podem ser mais observados devido ao processo de verticalização ao qual foi submetida.
  • Em relação ao seu papel cultural, a Paulista ainda possui uma grande procura por salas de cinema feiras de Antiguidade no vão livre do MASP, este que um dos ícones  da cidade moderna, admirado pelo acervo que possui e pela beleza de sua construção, e as programações oferecidas nos espaços culturais existentes.
  •  Método de abordagem

O Professor pode apresentar os fatores que deram origem a Paulista, apresentando-a como um dos maiores símbolos da cidade, ressaltando a manutenção de sua representatividade devido a sua capacidade de acompanhar as transformações impostas pela modernização, o intuito pelo qual foi construída e suas funções hoje, como um espaço que foi criado e apropriado por diversos grupos, diferentemente do que existia no começo: uma forma de ostentação do poder das elites cafeeiras.Passa a ganhar importância não só por sua constituição física, mas  também pelas formas de uso que lhe são atribuídas: desfiles ilustres,  de carnaval, espaço para manifestações políticas, protestos e comemorações.Pode também realizar uma abordagem referente à manutenção do patrimônio histórico: a Paulista vista como símbolo do progresso, acompanha esse processo de modernização sem que haja uma preocupação aquilo que e parte constitutiva de sua memória inicial.Pode ser citado o caso do Centro Velho que ao não se reciclar no mesmo ritmo que a metrópole, acaba por ser superado em relação à representatividade referente à cidade.Pode ser citada também como um ícone que encobre a outra face  da cidade, vendida como um cartão postal, problemas como a pobreza, a falta de saneamento básico, os transportes deficientes são omitidos em função da construção de uma imagem de “cidade moderna”

 

Praça da Sé

 

  •  Conteúdo que pode ser utilizado

 

  • Na Praça da Sé localiza-se o monumento marco zero do município: sendo que a partir daí contam-se as distâncias de todas as rodovias que partem de São Paulo, e um meio de demarcar o início da numeração das vias públicas paulistanas sendo o monumento um meio de fixar uma centralidade material na cidade.
  • Considerada quase um sinônimo para o Centro Velho, a praça é um dos espaços mais conhecidos da cidade e foi palco de muitos eventos importantes para a história do país, como o comício das Diretas Já. O nome deve-se ao fato de a praça ter-se desenvolvido em frente à da capital paulista.
  • A atual Praça é resultado de um projeto paisagístico conduzido na década de 1970 por um grupo de profissionais da Prefeitura de São Paulo liderados pelo arquiteto José Eduardo de Assis Lefèvre. O Metrô de São Paulo estava construindo uma estação naquele local e era necessário demolir todo um quarteirão, alterando radicalmente a praça e necessitado de um novo projeto.
  • A própria denominação de praça só começou a ser utilizado por volta de 1.911, ano em que teve início a construção da atual Catedral da Sé, só inaugurada - sem as torres, concluídas em 69 - em 1.954. Antes, foi Páteo e Largo, sempre abrigando um igreja modesta .
  • Com a Catedral, a praça passou a ser um ponto de encontro, comércio e trânsito intensos. Na primeira metade deste século, foi o local preferido para a realização de comícios e manifestações políticas: as idéias da Revolução de 32 surgiram nas escadarias da igreja, palco de grandes oradores. Em torno da praça, damas com longos vestidos e cavalheiros de terno e chapéu se reuniam nos cafés, apreciando o movimento dos bondes.
  • A cidade cresceu, as pessoas mudaram, São Paulo se transformou numa megalópole. E a década de 70 trouxe a última e mais radical mudança da praça. A chegada do metrô transformou a Sé numa superpraça que engoliu a vizinha praça Clóvis Bevilacqua para abrigar a principal estação da cidade.
  • Foi preciso demolir o velho Teatro Santa Helena, implodir o edifício Mendes Caldeira, arrasar um quarteirão inteiro. Em troca, o marco zero ganhou o realce de uma alameda de palmeiras imperiais, que ganharam maior destaque em 98, quando foram retirados os camelôs que ocupavam toda a área; o espelho d'água realça o conjunto arquitetônico formado pela Catedral e o Palácio da Justiça
  • Da Sé que começou a nascer em 1.588, quando se instalou ali a Câmara de São Paulo, nada mais resta a não ser registros em livros. Ao longo dos séculos, a praça sofreu alterações, destruições e reconstruções.
  •  Método de abordagem

Primeiramente o professor deve expor ao aluno o que representa a Praça para a cidade hoje. Explique seu significado como marco zero e o que originou sua contrução. Faça um debate a respeito da imagem que mostra a praça durante sua construção e a sua situação hoje. O objetivo deste é fazer com que os alunos critiquem o espaço histórico do ponto de vista de seu estado de conservação. Exponha as diferentes formas de utilização da praça no decorrer da história da cidade.

 

Viaduto Santa Ifigênia

 

  •  Conteúdo que pode ser utilizado

 

  • A história do Viaduto Santa Ifigênia começa ainda em 1901 quando foi apresentado à Câmara Municipal um projeto de um viaduto que ligaria o Largo São Bento ao Largo Santa Ifigênia. Seria o segundo viaduto a transpor o Vale do Anhangabaú, já que já existia o Viaduto do Chá.
  • A construção do Viaduto Santa Ifigênia começou em 1910 e foi concluída apenas em setembro de 1913, sob a gestão do prefeito Raymundo Duprat. Sua estrutura foi totalmente fabricada na Bélgica, desembarcou no porto de Santos e chegou na região pela estrada de Ferro São Paulo Railway. O objetivo ao construir este viaduto era, além de ligar os Largos São Bento e Santa Ifigênia, melhorar o trânsito de carros e carruagens que enfrentavam a ladeira da Av. São João, além de melhorar o trânsito das Ruas XV de Novembro e São Bento, por onde passavam os bondes. Assim, haveria uma maneira mais eficiente de ligar um lado do Anhangabaú ao outro.
  • Na década de 1970, a estrutura foi protegida por Lei Municipal de Zoneamento. No final da mesma década o Viaduto passou por uma reforma que recuperou sua estrutura e passou a ser exclusivo para passagem de pedestres. Com essa reforma, as luminárias foram substituídas por lumínárias antigas, conhecidas como São Paulo Antigo, o calçamento passou a ser de pastilhas coloridas e foi colocada uma escada que dá acesso ao Vale do Anhangabaú.

 

  •  Método de Abordagem

Analise com os alunos a estrutura do viaduto, levando em conta principalmente a estrutura da arquitetura. Faça um levantamento com os alunos de lugares históricos que como o viaduto tiveram arquitetura de caráter europeu e como está a preservação destes hoje. Comente a respeito da utilização do viaduto na época em que foi construído e sua utilização hoje.

 

Mercado Municipal

 

  •  Conteúdo que pode ser utilizado

 

  • Um dos mais imponentes cartões-postais de São Paulo, o Mercado Municipal Paulistano - mais conhecido como Mercadão - é o retrato de uma época imponente da Metrópole do Café, como a cidade começou a ficar conhecida. Projetado no inicio do século XX, 1924, pelo arquiteto Francisco Ramos de Azevedo, o Mercadão veio substituir o velho mercado da rua 25 de Marco.
  • A execução dos vitrais do Mercadão foi entregue ao artista russo Conrado Sorgenicht Filho, famoso pelo trabalho realizado na Catedral da Sé e em outras 300 igrejas brasileiras. O vidro colorido é alemão e, ao todo, são 32 painéis, subdivididos em 72 vitrais onde se pode ver o trabalho manual do colono no cultivo e colheita, a tração animal para o arado e para transporte, a paisagem, a criação de gado e de aves que comporiam o cenário para sua obra.
  • Em 1932, as obras do mercado foram concluídas, mas só em 25 de janeiro do ano seguinte é que ele foi finalmente aberto ao público, porque até então havia sido usado para estocar armas e munições da Revolução Constitucionalista. Relata-se, até, que alguns soldados treinavam pontaria mirando as cabeças das pinturas nos vitrais.
  • Com a inauguração do Mercadão, os comerciantes da região central da cidade substituíram a venda ao ar livre por boxes que até hoje são passados de pais para filhos. Com a criação do CEASA - Centro de Abastecimento de São Paulo, na década de 60, no bairro Jaguaré, o "Mercado" esteve prestes a ser demolido em 1973, porque além de perder sua importância inicial para o Ceasa, não atingia mais as normas de higiene e segurança.
  • Duas reformas, nos anos 70 e 80, não mudaram muita coisa, embora o próprio Conrado Sorgenicht tivesse sido chamado para restaurar seus vitrais.
  • Como parte do movimento pela revitalização do centro e financiamento do BID (Banco Mundial) e da Prefeitura, um novo projeto de reforma, desta vez assinado pelo arquiteto Pedro Paulo de Mello Saraiva, tornou o Mercado mais acolhedor e versátil. O prédio ganhou um piso mezanino de dois mil metros, com cinco restaurantes típicos de várias cozinhas, como a árabe, a japonesa e o famoso Hocca Bar - e seu pastel de bacalhau, além de um Mercado Gourmet, cozinha onde os visitantes do mercado poderão fazer degustação, além de frequentar cursos de culinária.
  • O antigo salão de Leilões do Mercado Municipal foi totalmente restaurado, tornando-se um amplo espaço destinado a exposições e eventos. No subsolo há banheiros, fraldários e vestiário, para melhor acesso de visitantes e funcionários a esses serviços.
  • Com 12.600m2 de área construída, 1.600 funcionários, que movimentam 350 toneladas de alimentos por dia em seus 291 boxes e 14 mil visitantes, o Mercado Municipal de São Paulo é uma referência nacional pela diversidade de aromas, cores e sabores dos temperos, queijos, frutas, verduras, legumes, vinhos, chocolates, carnes, peixes encontrados nos empórios e boxes.

 

  • Método de abordagem

Explore com os alunos a arquitetura externa do Mercado e os vitrais. Explique a origem do projeto de construção do mercado e a sua importância para a nossa cidade, como ponto turístico. Compare nas fotos o seu estado de conservação no século XX e o seu estado atual.

 

  • Segestão de atividade

Proponha em sala de aula um debate a respeito do papel da prefeitura na conservação destes pontos históricos. Peça para os alunos redigirem o texto com suas opiniões.

 

Praça da República

 

  • Conteúdo que pode ser utilizado

 

  • Antigamente, lá pelo século XIX, estava localizada a praça de corridas de touros e cavalos, onde os paulistanos se divertiam com os rodeios e touradas. Esse local era chamado do Largo dos Curros.
  • Esse mesmo local já teve seu nome mudado inúmeras vezes: Já foi Largo da Palha (por causa de uma rua de mesmo nome que ficava próximo àli), Praça dos Milicianos (devido ao exército), Largo 7 de Abril (em homenagem ao fato da renúncia de D. Pedro I) para finalmente, em 1889, chegar à Praça da República. Na verdade, os vereadores primeiramente escolheram o nome Praça 15 de Novembro, mas como já havia uma rua denominada assim, optou-se por Praça da República.
  • A Praça da República já foi palco de muitas manifestações importantes da nossa história, até mesmo na Revolução Constitucionalista de 1932, onde quatro estudantes foram mortos, perpetuando a sigla MMDC, e durante o movimento Diretas Já!.
  • Na década de 40 ali tornou-se um ponto de encontro de colecionadores e cambistas, e 20 anos mais tarde, o local foi tomado por artistas plásticos e artesãos que expunham ali seus trabalhos. Até hoje ainda encontra-se expositores ali, pois essa tornou-se uma caracteríctica da praça.
  • A Praça da República é um dos mais tradicionais pontos de São Paulo. Localizada no centro da cidade, a praça é visitada diariamente por pessoas do mais diversos estilos que aproveitam para conhecer o famoso local que guarda um pouco da história da metrópole.
Referencia
Graduandos