O Transporte público no Ensino de História

Sequência didática
Uma História para cidade de São Paulo: Um desafio pedagógico
Transportes Públicos da cidade de São Paulo:
“História do Passado e do Presente”
Aluno: André de Pina Moreira
Professora: Dra. Antonia Terra de Calazans Fernandes
Departamento de História
Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas
Universidade de São Paulo
São Paulo, 08 de Dezembro de 2013

 

Introdução: O Transporte público no Ensino de História


“As intenções educativas, isto é, aquilo que se pretende conseguir dos cidadãos mais jovens da sociedade, são reflexo da concepção social do ensino e, portanto, consequência da posição ideológica da qual se parte. Essas intenções ou propósitos educativos, explicitados ou não, determinam a importância daquilo que é relevante para os alunos aprenderem.” 1
(Antoni Zabala)


O que ensinar? Como ensinar? O que se pretende ao falar dos Bandeirantes? Revolução Constitucionalista? Ou quando se recorre aos jesuítas para explicar a fundação de São Paulo? Seguir estritamente os materiais didáticos, com seus temas já a muito consolidados, e as praticas tradicionais de ensino ou inovar e propor algo um pouco diferente aos alunos? Estas são questões pertinentes e vivamente presentes no dia-a-dia dos professores. Para nós, estas foram essenciais como ponto de partida e para estabelecer o tema desta sequência didática.


A decisão de trabalhar “Os transportes públicos da cidade de São Paulo” é fruto da nossa posição ante as diversas faces do Ensino e concepções do que é História. A partir daí, buscamos trazer para sala de aula um tema que se constitua realidade cotidiana dos alunos, assim como da maior parte dos outros cidadãos brasileiros. Pautamos, portanto, em uma abordagem histórica que tivesse sempre em conta as questões do “nosso próprio tempo”, principalmente aquelas essenciais à formação de cidadãos críticos e participativos. Em ultima instância, o que está colocado aqui é a necessidade de fazer emergir também o presente como aspecto importante da pesquisa e ensino da História, visando especialmente o reconhecimento por parte dos alunos de suas posições como agentes e sujeitos históricos.


As manifestações de Junho de 2013, ocorridas por todo Brasil, foi o maior incentivo para este trabalho. Identificadas no seu inicio como movimento de denuncia dos inúmeros problemas encontrados no sistema de transporte público, notadamente em oposição ao abusivo preço das tarifas, tornou se assunto obrigatório de rodas de amigos, meios de comunicações, debates

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1 ZABALA, Antoni. “Os enfoques didáticos”, in: COLL, César; MARTÍN, Elena; Et. Al (Orgs.). O Construtivismo na Sala de Aula. São Paulo: Editora Ática, 1996, p. 161.

 

Educação da população negra no Brasil: dificuldades e mecanismos de resistência ao longo da história

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
FLH 0423 - A ESCOLA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
 
Educação da população negra no Brasil:
dificuldades e mecanismos de resistência ao longo da história
 
Sequência didática elaborada
para conclusão da disciplina ministrada pela
Profa. Dra. Antonia Terra Calazans Fernandes
Gisele Matos Chaves
Nº USP 8575879
SÃO PAULO
2017
 
 
TEMA
Educação da população negra no Brasil: dificuldades e mecanismos de resistência ao longo da história.
 
 
PÚBLICO ALVO
Professores de educação básica de qualquer ciclo/disciplina, atuantes, preferencialmente, na rede pública de ensino.
 
 
JUSTIFICATIVA
 
A historiografia da educação brasileira, por muito tempo, silenciou a trajetória traçada pela população negra no que diz respeito ao acesso à educação. Entretanto, nas últimas décadas, tem-se preocupado em compreender como se desenrolou esse processo ao longo da nossa história. Acreditamos que, por meio de uma análise concisa desse tema, é possível compreender aspectos da educação pública oferecida hoje, da qual pardos e pretos são os maiores beneficiários.
 
Como afirma Ramos (2005, p. 11),
 
A história da educação do negro traz para o nosso convívio determinações históricas de exclusão. Mas, também, traz possibilidades pelas identidades que revela, pelas formas de resistência cultural, pela tradição da história resguardada pelas práticas educativas populares, pelos valores ancestrais perpetuados pela memória dos mais velhos.
 
Faz-se necessário o desenvolvimento de uma formação de professores abrangendo temas como esse, visto que, muitos professores não estão cientes dos debates acerca da escolarização da população negra e seus mecanismos de resistência, seja para acessar a escola tradicional ou para desenvolver instituições próprias. Cruz (2005, p.30) declara que “a produção de conhecimentos e a introdução de temas e conteúdos sobre as trajetórias educacionais dos afro-brasileiros nos cursos de formação de professores podem contribuir com a formação de professores em condições de lidar solidariamente com a diversidade cultural do Brasil.”
 
Proporcionando tais discussões, espera-se que os professores reavaliem seus planos de aula e incorporem, efetivamente, as demandas da lei 10.639/10 para, assim, tentar, de alguma forma, aproximar os alunos do ambiente escolar e estabelecer, pois, a relação destes com o saber.
 

A imprensa na ditadura militar: atuação da grande imprensa comercial e da imprensa de resistência e desconstrução de mitos homogeneizantes

Júlia de Macedo Rabahie - Nº USP 7199328

Ensino de História – Noturno

Professora Antônia Terra

Sequência Didática

 

A imprensa na ditadura militar: atuação da grande imprensa comercial e da imprensa de resistência e desconstrução de mitos homogeneizantes

Introdução

Estudar a história da imprensa no regime militar é estudar uma importante forma de expressão e manifestação de ideias produzidas e publicadas – ou censuradas – naquele contexto específico de Brasil vivido pelo país durante os 21 anos de regime de exceção. A imprensa de então não pode ser considerada como um bloco homogêneo que agia e reagia da mesma forma às pressões e demandas do regime militar. Publicações da chamada grande imprensa comercial, que já existiam quando culminou o golpe de1964, e mesmo aquelas que surgiram depois, como a revista Veja, em 1968, tiveram atuações e papeis distintos daqueles exercidos pela imprensa que será chamada aqui, nesta sequência didática, de imprensa de resistência.

Outras denominações, como imprensa de esquerda, imprensa nanica, ou até mesmo panfletária, são comumente dadas às publicações que surgiram com o principal propósito de fazer um contraponto ao tipo de informação propagado pela grande imprensa, e, de maneira mais ampla, fazer oposição às contradições sociais, políticas, econômicas e culturais produzidas pela ditadura militar. Estudar a imprensa “nanica” deste período é essencial para que alunos do ensino médio que comumente já têm maior proximidade e contato com temas como a censura praticada neste período, pelos militares, de forma geral - e principalmente como as publicações maiores lidavam com esta prática - tenham contato com outras experiências e possibilidades que foram vividas pela imprensa neste período.

Nanicas ou não, estas publicações tiveram importante atuação no movimento de resistência contra ditadura, de forma inovadora no campo dos meios de comunicação. De baixo para cima, sem o apoio de patrocinadores e recursos que outras publicações dispunham, a imprensa de resistência se fez notar e alcançou uma circulação grande, além de propor debates até então nunca propostos pela mídia. É importante que os alunos tomem contato com este tipo de experiência que representa uma alternativa às conjunturas impostas pelo mercado editorial, e, mais especificamente, pela ditadura militar então em vigência no país.