A Revolta dos Malês, em Salvador da Bahia (1835).

Ensino de História: Teoria e prática (FLH0421)                 Sequência didática - 2015

Docente: Antônia F. C. Terra                                                           Rubens Baldini Neto

 

 

 

Introdução

A cultura é a herança de uma sociedade, o conjunto de objetivos materiais que permitem ao grupo assegurar sua vida cotidiana e a de instituições que coordenam as atividades dos membros dos grupos, de representações coletivas que constituem uma concepção do mundo, uma moral, uma arte. E esse conjunto é transmitido de geração a geração, para cada membro da sociedade, por meio do processo educativo. (Kabenguele MUNANGA, 1986)[1]

 

                A importância do estudo da História da África e dos afro-brasileiros em todos os níveis da Educação brasileira refletida na Lei 11.645/08 foi resultado da luta do movimento negro pela afirmação e valorização de sua cultura como forma de combate ao racismo, que sempre foi negado pela classe dominante brasileira[2], mas que ganhou argumentação consistente nas décadas de 1930 e 1940 com a profusão do “mito da democracia racial no Brasil” excluindo a população negra dos lugares de destaque e as marginalizando.[3]

 

            Assim, podemos afirmar que o ensino de História da África, da cultura e da luta dos afro-descentes no Brasil é importante para combater o racismo estrutural da nossa sociedade, mas vai além e possibilita o conhecer o outro, que na dinâmica da identidade-alteridade se constrói a pluralidade, a diversidade e o respeito.[4] É enriquecer a Educação e a formação dos jovens como um todo, por isso “as crianças e adolescentes que se identificam e são identificados como brancos têm muito a ganhar com o ensino qualificado das histórias e cultura afro-brasileira e indígena” como nos aclara Alberti (2013, p.28).[5]

 

Segregações Não Institucionalizadas

 

                                                                                                              

 

SEGREGAÇÕES NÃO INSTITUCIONALIZADAS

 

Disciplina: Ensino de História:Teoria e Prática
Docente: Dra Antonia Terra Calazans Fernandes
Discente: Marcelo Vitale Teododo da Silva

 


Introdução - Relatório de Estágio


     O material didático apresentado como produto final na presente disciplina é fruto de experiências e
vivências que em conjunto subsidiaram não apenas o presente trabalho, como também a minha formação
enquanto acadêmico e para, além disso, como ser humano.


     Desta maneira, cabe destacar as várias referências que compuseram o repertório epistemológico e
semântico nesse processo que desembocou na solidificação deste processo de formação acadêmica e
profissional.


     Para tanto, a experiência do estágio foi fundamental para adensar as discussões nas temáticas da
historiografia com recorte étnico e social, deste modo, a escolha do local de vivência desta experiência foi crucial para a segmentação da minha formação.


     Logo, o presente estágio teve como local sede o Núcleo de Consciência Negra na USP (Universidade de
São Paulo), instituição de caráter político e social, inserida na sociedade com o fito de questionar a ausência se um segmento social específico dentro da presente universidade, relativo à população negra, e de tal modo, objetivando primordialmente a inserção dos mesmos neste espaço e em tantos outros do qual é privado de acesso.


     Dentre as atividades promovidas pela presente instituição, destaca-se entre as suas frentes, o projeto de
cursinho comunitário, voltado à população negra e baixa renda, no qual ministro aulas de história do Brasil,
buscando dialogar sempre a historia com a discussão racial.


     Assim, o cursinho e as presentes aulas por mim ministrada, constituíram-se como um laboratório
interessante, bem como, conferiram-me em paralelo com as oficinas que empreendi no mesmo espaço, onde as propostas pedagógicas abordando a presente problemática em diálogo com as temáticas das novelas, a moda, penteados e a literatura, levados para discussão pelos próprios alunos, converteram-se como interessante instrumento de interligação da discussão histórica com o contexto étnico racial contemporâneo.


     Objetivou-se, mediante o exposto, um mapeamento dos preconceitos inerentes a presente discussão,
fomentando problematizações intrínsecas as mesmas, em diálogo com os respectivos papéis desempenhados por estes na sociedade. 

 

Ocupações e resistências das mulheres negras na São Paulo do século XIX: Várzea do Carmo e Largo do Rosário

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Departamento de História
Ocupações e resistências das mulheres negras na São Paulo do século XIX:
Várzea do Carmo e Largo do Rosário
Bárbara Lustoza da Silva Borba
São Paulo – SP
2013
 
Apresentação
 
A presente sequência didática tem como objetivo colocar em debate as diferentes
ocupações e resistências ocorridas na cidade de São Paulo em fins do século XIX e início
do século XX por parte de um setor social que não é lembrado frequentemente quando
tratamos deste recorte temporal e espacial: as mulheres negras trabalhadoras.
Tendo como ponto de partida uma perspectiva que vai contra a corrente da história
oficial e tradicional, concordamos com Carlos José Ferreira dos Santos em seu
questionamento sobre o local destinado à história de mulheres e homens, negras, negros
ou então pobres no geral, as/os quais já ocupavam postos de trabalho durante todo o
período escravista, e que não desapareceram dos seus postos de trabalho em
decorrência da abolição formal da escravatura: