A educação anarquista no Brasil

Universidade de São Paulo

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

Departamento de História

Seqüência Didática

Nome: Victor Ruy Rossetti

Número USP: 8981761

Disciplina: A Escola no Mundo Contemporâneo

Prof.ª Antonia Terra

Seqüência Didática: A educação anarquista no Brasil

 

1. Introdução

Os anarquistas são contrários a qualquer forma de dominação e opressão que possa existir numa sociedade, para a qual defendem uma comunidade mais igualitária e solitária. Os anarquistas visam a liberdade, portanto, qualquer instituição dotada de poder seria um entrave para o determinado objetivo. São contrários ao Estado, à Igreja e à propriedade privada. Percebe-se que os conceitos de anarquismo passam distantes dos pensamentos que associam o anarquismo com ausência de ordem e excesso de bagunça.

Foi no final do século XIX que os anarquistas começaram a tomar espaço no Brasil, assumindo a frente de diversos movimentos operários; o caminho encontrado para a dispersão da ideologia anarquista foi a educação.

Os anarquistas entediam que a escola era um dos veículos mais importantes para se educar um ser humano. A educação para os anarquistas abrangia aspectos culturais e literários, estando estes articulados. O projeto educativo que os anarquistas desenvolveram estava distante do Estado e da Igreja, definitivamente por questões de princípios.

A escola não era o único meio pelo qual os anarquistas pretendiam estabelecer seu âmbito educacional; pelo contrário, este saía da esfera escolar. A educação era vista de três pontos de vista que se somavam necessariamente: Educação formal, Educação não formal e Educação informal.

Quanto a educação formal, é aquela desenvolvida dentro da instituição escola, com disciplinas ministradas por um tutor, conhecimento sistematizado e  em  muitos  casos, tendo como pilar o método racionalista, quando se tratava das “Escolas Livres”. A educação não-formal está nas palestras e conferências, ou seja, não pressupõe um tempo ou local  fixos, não oferecendo  necessariamente um diploma, mas possibilita temas livres e debates, e obviamente, leva ao conhecimento. Em terceiro, a educação informal relaciona-se com qualquer forma de aprendizado e possibilidades educativas que estão presentes no dia-a-dia, portanto, não necessariamente demandam uma organização.

Todas as práticas de educação anarquista são tratadas com a mesma importância, e formaram uma rede bem ampla, que atingiu, sobremaneira, a cidade de São Paulo. A educação anarquista estava conectada com o movimento operário; prova disso, por exemplo,  foi  a  criação  da  Escola  Moderna  em  São  Paulo  (educação  formal)  e  os diversos comícios e conferências que se realizaram (educação não-formal); a isso soma- se as manifestações constantes (educação informal).

A imprensa negra através do jornal A Voz da Raça: uma São Paulo de negros para negros

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
FLH0425 - UMA HISTÓRIA PARA A CIDADE DE SÃO PAULO: UM DESAFIO PEDAGÓGICO
 
Profa. Dra. Antonia Terra Calazans Fernandes
A imprensa negra através do jornal A Voz da Raça: uma São Paulo de negros para negros
Gisele Matos Chaves
Nº USP 8575879
Sequência didática – Trabalho Final
São Paulo
2016
 
 
 
 
ÍNDICE
Resumo ........................................................................................................................................... 3
Introdução ........................................................................................................................................ 4
 
Atividade 1 – Discussão: a necessidade de uma imprensa negra em pleno século XX ............................................. 6
A vida cotidiana do negro em SP: moradia e emprego ................................................................................... 8
A importância da Frente Negra Brasileira nas questões cruciais a essa população ................................................. 8
 
Atividade 2 – Análise documental: o jornal A Voz da Raça e sua atuação social em diferentes números...................... 11
Integração do negro na sociedade paulista: prós e contras da proposta defendida pela Frente Negra Brasileira em A Voz da Raça .............. 14
 
Atividade 3 – Mãos na massa! Confecção de um jornal que contemple o cotidiano do bairro aonde a escola fica localizada ...................... 18
Considerações finais ...................................................................................................................... 19
Referências bibliográficas .............................................................................................................. 20
Referências iconográficas .............................................................................................................. 20
 
 
 
Resumo
Esta sequência didática, destinada a professores de história que ministram aulas para os 2º e 3º anos do Ensino Médio Regular, tem como principal objetivo trabalhar a Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Africana e Afro-Brasileira nas escolas de todo o país. A temática abordada visa entender o cotidiano do negro na cidade de São Paulo no século XX. Nossa análise se propõe a estudar o papel da imprensa negra paulista em seu período de maior reivindicação política, que se inicia com a fundação da Frente Negra Brasileira (1931) e que tem seu auge com a publicação do seu órgão fundamental, o jornal A Voz da Raça, perdura de 1933 a 1937.
 
Entendemos que as publicações jornalísticas, além de transmitir a realidade vivenciada pelo negro nesse período histórico, retrata também a mentalidade de uma classe média pobre que, em meio a tantas adversidades, procura por meios para sobreviver e ascender socialmente, buscando a integração da população negra à sociedade paulista, reivindicando seus direitos como cidadãos e criticando os preconceitos de cor existentes nessa sociedade que, em pleno século XX, vive uma intensa onda imigratória e de assimilação das teorias raciais, marginalizando, assim, cada vez mais a população negra.
 
A proposta vai além de aulas expositivas tradicionais. O intuito aqui é de incitar o professor a provocar discussões que levem o aluno a entender como os processos históricos passados influenciam nas relações sociais do presente. O modo de estruturação dos movimentos sociais negros, a maneira como esses indivíduos eram tratados pelas autoridades e/ou pela própria população não negra e as formas de sobrevivência encontradas para se integrar na São Paulo moderna e industrializada leva a reflexões que nos permitem pensar o racismo atual e a atual situação da população negra, contribuindo, assim, para que o aprendizado possa diminuir preconceitos e estereótipos associados a esses indivíduos.
 
 
Palavras-chave: Imprensa Negra; Frente Negra Brasileira; A Voz da Raça; São Paulo; Jornal
 
 

Imprensas alternativa, clandestina e no exílio (e outros meios de divulgação) durante a ditadura militar (1964-1985)

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Departamento de História

Imprensas alternativa, clandestina e no exílio (e outros meios de divulgação) durante a
ditadura militar (1964-1985)

Disciplina: Ensino de História: Teoria e Prática
Docente: Prof.ª Dr.ª Antonia Terra Calazans Fernandes

Nome/Nº USP: Rodrigo dos Santos Souza – 7619934
Período: Noturno

 

 


 Introdução


Esta sequência didática tem por finalidade propor alguns planos de aula para
professores de diferentes séries, nos níveis do(s) Ensino(s) Fundamental e Médio, a respeito
das publicações das imprensas alternativa, clandestina e no exílio – e de outros meios de
divulgação (cartazes, panfletos, fanzines etc.) – durante o período da ditadura militar (1964-
1985). A sequência também tem o objetivo de relacionar as questões levantadas nesses
documentos históricos aos dias atuais. Para tanto, serão apresentadas algumas capas das
referidas publicações, assim como outras sugestões de modalidades de apresentação (tais
como vídeos, slides, leitura em sala e atividades extraclasse) para que o professor tenha
diferentes opções sobre como conduzir uma aula acerca do assunto de sua escolha e dentro
das suas possibilidades, levando em consideração a duração de uma aula de 50 minutos.