História de São Paulo: A convivência entre o passado e o presente no bairro de Perdizes
Disciplina USP: FLH0425 - Uma História para a Cidade de São Paulo: Um Desafio Pedagógico
Docente responsável: Antonia Terra Calazans Fernandes
Aluno (a): Milena Aparecida Carli
Perceber a convivência entre o arcaico e o moderno no bairro de Perdizes.Finalidade O escopo do presente trabalho é perscrutar a convivência entre o novo e o antigo, entre o presente e o passado, entre o moderno e o arcaico, no bairro de Perdizes, inquirindo em que medida essa confluência reflete a realidade da própria cidade de São Paulo. O estudo pretende, ainda, perquirir se essa coexistência permeia a História ou, reversamente, é fenômeno isolado.
Fundamentação
O antigo e o novo lado a lado em Perdizes
Inicialmente, cumpre tecer brevíssimos comentários acerca da história do bairro de Perdizes. Levino Ponciano, em sua obra 450 Bairros, São Paulo, 450 Anos, leciona que por volta de 1850 o bairro de Perdizes era uma grande chácara pertencente a Joaquim Alves. O historiador Antônio Egidio Martins, por sua vez, relata que no quintal dessa chácara, a enteada de Joaquim Alves, Teresa de Jesus Assis, dedicava-se à criação de grande e barulhenta quantidade de perdizes.
Após alguns anos, a propriedade foi loteada e vendida, porém, a chácara de Joaquim Alves, por conta da criação de perdizes, acabou nominando o bairro. Egidio Martins assegura que na região, os moradores da provinciana São Paulo da época referiam-se aos campos das perdizes, afirmavam que lá onde há perdizes, nas perdizes. Destarte, o nome Perdizes acabou popularizando-se e denominando o bairro. Levino Ponciano recorda, ainda, que a primeira referência ao bairro de Perdizes na história da cidade de São Paulo remonta ao ano de 1897, quando o bairro restou mencionado na planta oficial do município. O crescimento do bairro desapontou, tão somente, no início do século XX e consolidou-se em meados de 1940, tendo por um de seus marcos a instalação, em 1956, da antiga Companhia Telefônica Brasileira - CTB. Mister ressaltar que aproximadamente no mesmo período em que Perdizes impunha-se como bairro integrante da cidade de São Paulo, na metade do século XX, São Paulo, por sua vez, revelava-se como metrópole. A transformação da cidade à época é brilhantemente comentada por Glezer:
A Representação do Impacto Sociopolítico da Copa do Mundo de 1970 no Jornal "O Pasquim" e na Revista Veja na Ditadura Militar Brasileira
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
HISTÓRIA DO BRASIL INDEPENDENTE II – FLH0342
PROFESSOR: DR. MARCOS FRANCISCO NAPOLITANO DE EUGÊNIO
Plano de aula
A representação do impacto sociopolítico da Copa do Mundo de 1970 no jornal O Pasquim e a revista Veja na Ditadura Militar brasileira
ESTUDANTES:
HARINI ABJA KANESIRO - NÚMERO USP: 8576421
JOSÉ BENTO DE OLIVEIRA CAMASSA - NÚMERO USP: 8575409
MARCELA D’ELIA - NÚMERO USP: 7620363
PERÍODO: NOTURNO
São Paulo
2015
ÍNDICE
A) JUSTIFICATIVA E FONTES
- Tema
Este plano de aula pretende abordar a apropriação da conquista da seleção brasileira da Copa do Mundo de futebol de 1970 pelo governo de Emílio Garrastazu Médici (1969-1974) na Ditadura Militar brasileira (1964-1985). Para tanto, nos valeremos de duas fontes primárias, ambas jornalísticas, uma reportagem sobre a recepção de Médici no Palácio do Planalto aos campeões mundiais e uma charge sobre alguns dos problemas brasileiros persistentes a despeito da euforia com o campeonato mundial.
A partir das fontes, se desdobrarão os temas da parcialidade jornalística e da possibilidade de diferentes abordagens para um mesmo fenômeno – no caso, a comoção popular com a Copa do Mundo. Além disso, se tocará no tema da seca, mencionado por ambas as fontes.
- Fontes
SEM AUTOR. “A Imagem do Sucesso”. Veja, nº 95, pp. 18-23, 08/07/1970. Disponível no acervo digital da revista, por meio da busca por edição: <http://veja.abril.com.br/acervodigital/> (Acesso em 05/08/2015)
JAGUAR. Charge sem título próprio. O Pasquim, 13/08/1970 (JAGUAR; AUGUSTO, 2006)
- Público-alvo
O presente plano de aula se destina a professores de História do Ensino Médio, por diversos motivos. Primeiramente, pois o conteúdo relativo ao período da Ditadura Militar brasileira, nos currículos e parâmetros escolares (SÃO PAULO, 2011, p. 71), compete a esse nível de ensino – mais especificamente, ao 3º ano do Ensino Médio, na disciplina de História. Nesses mesmos parâmetros, é recomendado o uso da análise de fontes históricas – como o plano de aula que proporemos – como recurso didático, estimulando a capacidade de leitura e interpretação crítica dos estudantes (SÃO PAULO, 2011, p. 36) – a qual é tida como a principal contribuição da disciplina de História no Ensino Médio, dada a função desse nível de preparar os estudantes para “a vida adulta e a inserção autônoma na sociedade” (BRASIL, 2014, p. 22, p. 28).
Em segundo lugar, cabe destacar que a interpretação iconográfica de charges e matérias jornalísticas também é apontada pelos parâmetros públicos como competência a ser desenvolvida no Ensino Médio. No mesmo sentido, é possível verificar que as questões das últimas edições do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) recorrentemente vêm exigindo a análise de cartuns e trechos de reportagens, bem como têm tratado da Ditadura Militar.
Além disso, as fontes a serem trabalhadas neste plano de aula estimulam uma ampliação do repertório cultural dos alunos que julgamos bastante adequada para a faixa etária da maioria dos estudantes do 3º ano do Ensino Médio, de modo geral capazes de acionar uma considerável bagagem cultural a partir de determinado conteúdo programático. Também é de se destacar que os alunos dessa série provavelmente já estão, em maior ou menor grau, familiarizados com canais de mídia escrita, como a jornalística, que trataremos na sequência didática.
- Objetivos
- Mostrar como os esportes, especificamente, o futebol, estabelecem relação com o contexto político de uma época. Abordar e problematizar a apropriação de eventos e conquistas esportivas por parte de governos.
- Verificar como um mesmo fato pode ser compreendido de maneiras díspares, por parte de agentes sociais e políticos distintos.
- Analisar a promoção de um ideário enaltecedor da Ditadura Militar no começo da década de 1970.
- Examinar a parcialidade da imprensa na abordagem que opta fazer da realidade; perceber que diferentes visões políticas e sociais estão presentes em peças jornalísticas distintas.
- Analisar fontes primárias escritas de diferentes tipos (charge e reportagem).