História Indígena – O Contato, constante e variado

Sequência Didática – História Indígena – O Contato, constante e variado

A proposta de sequência didática aqui apresentada é de lidar com a História Indígena com o texto histórico e teórico de Ailton Krenak “O Eterno Retorno do Encontro”. Com uma perspectiva de documento, lidando com a própria questão do autor, da temporalidade, dos temas tratados, com uma crítica externa, e também com uma avaliação de suas ideias e conceitos, do contato como algo frequente e constante, que tende a acontecer de novo e de novo, extrapolando a ideia para não só o contato interpessoal, mas também cultural, de nomes, práticas e ideias, assim, em uma crítica interna pensando na possibilidade desse conceito de recorrente contato.

Devido à complexidade do tema e a vontade de tratar de forma ampla a questão indígena, porém, sem minimizar diversidades e sem homogeneizar, os trechos selecionados do texto são longos e apresentam questões variadas. Para isso, a sequência é direcionada mais ao Ensino Médio, preferencialmente ao 3º ano, como forma também de refletir sobre a diversidade não só de modo a considerar a diversidade indígena, mas humana até, sendo possível, inclusive, relacionar a 3ª Etapa com atividades de língua portuguesa ou redação, no que diz respeito ao ENEM e a criação de propostas de solução, por exemplo. Sendo assim, é possível também que se realize a atividade em duas aulas completas, uma para cada etapa, com a 3ª sendo uma conclusão depois da entrega e leitura dos textos produzidos e, portanto, em um momento posterior, como forma de retomar e amarrar os temas trabalhados, também sem encerrar o assunto, mas permitindo a questão em aberto, contínua, como o próprio objetivo da sequência, apresentado em seguida, detalha.

O objetivo da sequência é, portanto, avaliar o texto no que ele traz como documento, percepções sobre os indígenas, lidando com um texto escrito por um índio. Assim como apresentar o conceito do contato como contemporâneo, frequente e repetido, de forma a aproximar determinadas preocupações e questões indígenas como próximas da sociedade brasileira, sem uma marca clara e única, mas fluida e constante; de modo que é fundamental possuir essa percepção ao lidar com o grande número de povos e culturas indígenas, tão particulares e importantes em seus próprios méritos, desse modo, contemplando os elementos comuns, mas sem apagar diversidades.

1ª Etapa

            Apresentar o seguinte trecho do texto de Ailton Krenak, http://ailtonkrenak.blogspot.com/2009/12/o-eterno-retorno-do-encontro.html de 1999, mas sem identificar autoria ou data, somente indicando como o texto de um indígena. Entregar cópias individuais para os alunos dessa primeira parte e realizar uma leitura conjunta em voz alta.

            Depois, lidar com as percepções apresentadas, em uma discussão com os alunos. Esta, que não necessita ter todas as respostas de forma clara e simples, mas tem o intuito de provocar essa discussão nos alunos sobre a questão do contato e dos motivos que levam a um indígena refletir dessa forma:

·         O que o texto apresenta? São impressões, teorias, ideias, concepções, projetos?

·         Qual o objetivo dessa apresentação e indicação do tema?

·         Qual é a diversidade que texto indica? (Não perguntar especificamente, mas conduzir à questão). É uma diversidade externa, entre não indígenas e indígenas ou também entre os próprios indígenas?

·         Esse contato pode ocorrer de que formas? Com que efeitos e resultados?

"Como essa história do contato entre os brancos e os povos antigos daqui desta parte do planeta [da América do Sul] tem se dado? Como temos nos relacionado ao longo desses quase 500 anos? É diferente para cada uma das nossas tribos o tempo e a própria noção desse contato? [...]

[...]. E tanto os Kraí como os Nape (“brancos”, em diferentes línguas indígenas) sempre aparecem nas nossas narrativas marcando um lugar de oposição constante no mundo inteiro, não só aqui neste lugar da América, mas no mundo inteiro, mostrando a diferença e apontando aspectos fundadores da identidade própria de cada uma das nossas tradições, das nossas culturas, nos mostrando a necessidade de cada um de nós reconhecer a diferença que existe, diferença original, de que cada povo, cada tradição e cada cultura é portadora, é herdeira. Só quando conseguirmos reconhecer essa diferença não como defeito, nem como oposição, mas como diferença da natureza própria de cada cultura e de cada povo, só assim poderemos avançar um pouco o nosso reconhecimento do outro e estabelecer uma convivência mais verdadeira entre nós.

Os fatos e a história recentes dos últimos 500 anos têm indicado que o tempo desse encontro entre as nossas culturas é um tempo que acontece e se repete todo dia. Não houve um encontro entre as culturas dos povos do Ocidente e a cultura do continente americano numa data e num tempo demarcado que pudéssemos chamar de 1500 ou de 1800. Estamos convivendo com esse contato desde sempre. Se pensarmos que há 500 anos algumas canoas aportaram aqui na nossa praia, chegando com os primeiros viajantes, com os primeiros colonizadores, esses mesmos viajantes, eles estão chegando hoje às cabeceiras dos altos rios lá na Amazônia. [...] Então eu queria partilhar com vocês essa noção de que o contato entre as nossas culturas diferentes se dá todo dia. No amplo evento da história do Brasil o contato entre a cultura ocidental e as diferentes culturas das nossas tribos acontece todo ano, acontece todo dia, e em alguns casos se repete, com gente que encontrou os brancos, aqui no litoral, 200 anos atrás, foram para dentro do Brasil, se refugiaram e só encontraram os brancos de novo agora, nas décadas de 30, 40, 50 ou mesmo na década de 90. Essa grande movimentação no tempo e também na geografia de nosso território e de nosso povo expressa uma maneira própria das nossas tribos de estar aqui neste lugar.”

Em seguida, de modo a complementar as respostas e compreensões dos alunos em relação às primeiras questões, apresenta-se um trecho do vídeo https://www.youtube.com/watch?v=ScaUURAJkC0&list=FLvRuoXdMOfM1OH-3_qqLPfQ&t=1081s&index=3, “Índios no Brasil – 1. Quem são eles?”, de 1999, das marcas de 15:05-17:00, indicando que se trata de uma série de vídeos no formato de documentários, com entrevistas de brasileiros de modo geral e alguns líderes indígenas, suas visões e impressões.

O trecho em si apresenta entrevistas com brasileiros sobre como pensam os povos indígenas no Brasil, isto é com a tendência de desaparecerem, contraditos, em seguida, por Azilene Inácio, Kaingang, e Ailton Krenak, sobre o crescimento dos povos indígenas, sua continuidade e existência.

            Após tal exibição, perguntar aos alunos a respeito desse segundo documento, o vídeo, pensando relações com o texto inicial. Novamente, não é necessária uma resposta clara e explícita, mas a reflexão sobre o modo como certas questões e visões sobre os indígenas permanecem. O objetivo, nesses momentos iniciais, é ir incitando, provocando, para que nas etapas seguintes possa ser formulado algo mais concreto e estruturado:

·         Por que é importante para os indígenas mostrarem que crescem? Que eles continuam existindo?

·         Tendo em mente a ideia do contato, mesmo supondo um desaparecimento absoluto dos inúmeros e diferentes povos indígenas brasileiros, os contatos também terminariam?

 

            Em seguida, tendo em mente essas questões, introduzir o seguinte texto, sobre Ailton Krenak, somente projetando por Datashow, não sendo necessária a entrega individual, de um blog que reúne textos de sua autoria, http://ailtonkrenak.blogspot.com/ como trabalhado, e indica-lo tanto como o autor do documento principal e organizador da série de vídeos cujo breve trecho assistido faz parte:

“Ailton Krenak nasceu no Vale do rio Doce, Minas Gerais, em 1954. Os Krenak registravam uma população de cinco mil pessoas no início do século XX, número que se reduziu a 600 na década de 1920 e a 130 indivíduos em 1989. Na época, Ailton pressagiou: "se continuar nesse passo, nós vamos entrar no ano 2000 com umas três pessoas". Felizmente isso não aconteceu. Contando com esforços também do próprio Ailton, os Krenak fecharam o século com 150 pessoas. Com 17 anos Ailton migrou com seus parentes para o estado do Paraná. Alfabetizou-se aos 18 anos, tornando-se a seguir produtor gráfico e jornalista. Na década de 1980 passou a se dedicar exclusivamente à articulação do movimento indígena. Em 1987, no contexto das discussões da Assembléia Constituinte, Ailton Krenak foi autor de um gesto marcante, logo captado pela imprensa e que comoveu a opinião pública: pintou o rosto de preto com pasta de jenipapo enquanto discursava no plenário do Congresso Nacional, em sinal de luto pelo retrocesso na tramitação dos direitos indígenas. Em 1988 participou da fundação da União das Nações Indígenas (UNI), fórum intertribal interessado em estabelecer uma representação do movimento indígena em nível nacional, participando em 1989 do movimento Aliança dos Povos da Floresta, que reunia povos indígenas e seringueiros em torno da proposta da criação das reservas extrativistas, visando a proteção da floresta e da população nativa que nela vive. Nos últimos anos, Ailton se recolheu de volta à Minas Gerais e mais perto do seu povo. Atualmente, está no Núcleo de Cultura Indígena, ONG que realiza desde 1998 o Festival de Dança e Cultura Indígena, idealizado e mantido por Ailton Krenak, na Serra do Cipó (MG), evento que visa promover o intercâmbio entre as diferentes etnias indígenas e delas com os não-índios. A narrativa de Ailton “O Eterno Retorno do Encontro” foi publicada anteriormente em: Novaes, Adauto (org.), A Outra Margem do Ocidente, Minc-Funarte/Companhia Das Letras, 1999.”

            Em seguida, perguntar para os alunos se, ao saber quem é o autor do documentário e do trecho, compreender esse elemento de sua história, permite responder melhor às perguntas de antes. Os motivos pelos quais o texto foi escrito e de que forma os pontos apresentados são um problema para o autor. Por exemplo:

·         Pensando nesses elementos da vida do autor, o que vocês acham que o texto significa pra ele?

·         Fica mais fácil ver o que ele está tentando transmitir?

            Para concluir essa primeira etapa de trabalho com o texto de Ailton Krenak e seu ambiente imediato, apresenta-se essa outra seção, mais uma vez com cópias individuais para os alunos e leitura conjunta em voz alta, posterior à apresentada, discutindo com os alunos os seguintes pontos, apontando para a última questão posta aqui, e que será guia da próxima etapa, sobre a expansão da ideia do contato:

·         Que formas você acha que o contato toma hoje?

·         Ficou mais claro como ele pode ocorrer?

·         Qual é, tendo em mente o autor e esses vários trechos do texto, o objetivo de Ailton Krenak ao escrever esse texto?

·         Ele possui um projeto para o futuro? Qual?

·         Que exemplos você consegue pensar, no mundo contemporâneo, de contato com os indígenas? Você realiza contatos?

“Quando a data de 1500 é vista como marco, as pessoas podem achar que deviam demarcar esse tempo e comemorar ou debaterem de uma maneira demarcada de tempo o evento de nossos encontros. Os nossos encontros, eles ocorrem todos os dias e vão continuar acontecendo, eu tenho certeza, até o terceiro milênio, e quem sabe além desse horizonte. Nós estamos tendo a oportunidade de reconhecer isso, de reconhecer que existe um roteiro de um encontro que se dá sempre, nos dá sempre a oportunidade de reconhecer o Outro, de reconhecer na diversidade e na riqueza da cultura de cada um de nossos povos o verdadeiro patrimônio que nós temos, depois vêm os outros recursos, o território, as florestas, os rios, as riquezas naturais, as nossas tecnologias e a nossa capacidade de articular desenvolvimento, respeito pela natureza e principalmente educação para a liberdade.


[...]. Esses estudos [antropológicos] deveriam nos ajudar a entender melhor a diversidade, conhecer um pouco mais dessa diversidade e tomar mais possível esse contato. Me parece que esse contato verdadeiro, ele exige alguma coisa além da vontade pessoal, exige mesmo um esforço da cultura, que é um esforço de ampliação e de iluminação de ambientes da nossa cultura comum que ainda ocultam a importância que o Outro tem, que ainda ocultam a importância dos antigos moradores daqui, os donos naturais deste território. A maneira que essa gente antiga viveu aqui foi deslocada no tempo e também no espaço, para ceder lugar a essa idéia de civilização e essa idéia do Brasil como um projeto, como alguém planeja Brasília lá no Centro-Oeste, vai e faz.


Essa capacidade de projetar e de construir uma interferência na natureza, ela é uma maravilhosa novidade que o Ocidente trouxe para cá, mas ela desloca a natureza e quem vive em harmonia com a natureza para um outro lugar, que é fora do Brasil, que é na periferia do Brasil.

 

[...]. Esses gestos de aproximação e de reconhecimento, eles podem se expressar também numa abertura efetiva e maior dos lugares na mídia, nas universidades, nos centros de estudo, nos investimentos e também no acesso das nossas famílias e do nosso povo àquilo que é bom e àquilo que é considerado conquista da cultura brasileira, da cultura nacional. Se continuarmos sendo vistos como os que estão para serem descobertos e virmos também as cidades e os grandes centros e as tecnologias que são desenvolvidas somente como alguma coisa que nos ameaça e que nos exclui, o encontro continua sendo protelado. Tem um esforço comum que nós podemos fazer que é o de difundir mais essa visão de que tem importância sim a nossa história, que tem importância sim esse nosso encontro, e o que cada um desses povos traz de herança, de riqueza na sua tradição, tem importância, sim. Quase não existe literatura indígena publicada no Brasil. Até parece que a única língua no Brasil é o português e aquela escrita que existe é a escrita feita pelos brancos. É muito importante garantir o lugar da diversidade, e isso significa assegurar que mesmo uma pequena tribo ou uma pequena aldeia guarani, que está aqui, perto de vocês, no Rio de Janeiro, na serra do Mar, tenha a mesma oportunidade de ocupar esses espaços culturais, fazendo exposição da sua arte, mostrando sua criação e pensamento, mesmo que essa arte, essa criação e esse pensamento não coincidam com a sua idéia de obra de arte contemporânea, de obra de arte acabada, diante da sua visão estética, porque senão você vai achar bonito só o que você faz ou o que você enxerga. Nosso encontro - ele pode começar agora, pode começar daqui a um ano, daqui a dez anos, e ele ocorre todo o tempo.[...].”

 

2ª Etapa

 

Feita a principal elaboração sobre o texto e o autor, no que diz respeito a pensar o conceito de contato além do texto, e além de um contato interpessoal, a segunda parte tem o objetivo de gradativamente expandir a aplicação do conceito apresentado por Ailton Krenak. Para isso, apresentar a manchete da seguinte notícia, projetando em Datashow, sem data nesse primeiro momento, https://brasil.elpais.com/brasil/2018/05/31/internacional/1527759451_177381.html:

“Mortes recentes de índios isolados trazem à tona velhos traumas do contato”

"A morte de uma mulher Awá na floresta amazônica é um exemplo de sua luta pelo direito de permanecer isolada em sua terra”

            Fazer aos alunos as seguintes perguntas e debater oralmente:

·         Que tipo de contato há nesse caso?

·         De que forma vocês acham que ele ocorreu?

·         Quando vocês acham que ele aconteceu?

·         Há momentos em que o contato deve ser evitado?

            Após tais perguntas, introduzir a data da publicação, 13/06/2018, comentando sobre o contato e doenças passadas para indígenas que nem sempre tem a imunidade biológica, por conta da progressiva perda de terras, tal como comenta a reportagem, relacionando com o texto e as motivações de Ailton Krenak, pela vontade de uma terra própria. Considerar com os alunos de que forma o contato não ocorre de forma espontânea, mas deliberada e violenta, perguntando se os alunos conhecem outros casos como o apresentado, e pensar nas hipóteses:

·         O contato pode ocorrer mesmo não sendo entre pessoas?

·         Ou seja, é possível chamar de contato certas compreensões, entendimentos ou interações culturais? Desse modo, aulas sobre história indígena, sobre como determinadas dinâmicas e ideias ocorrem e operam, trata-se de um contato?

            Pedir aos alunos que elaborem e pensem em outros exemplos dessa forma, sobre como o contato pode existir de forma diferente e variada, não limitado aos indivíduos, mas trocas e interações culturais. Comentar e mostrar alguns nomes de bairros e lugares de São Paulo ou do Brasil, Rio Tietê, Mooca, Ibirapuera. Podendo projetar mapas da cidade de São Paulo, ou mesmo as palavras e significados, ficando de acordo com o professor e a interação com a sala sobre esse ponto. Considerar sobre como o contato nem sempre é consciente:

·         Na leitura de notícias de jornais sobre questões indígenas, textos ou questões, estamos cientes da diversidade presente?

·         Retomando o vídeo, há diversas culturas e povos diferentes, valorizamos a individualidade desse contato? Ou é simplesmente indígena? Trata-se de um contato com Awá, Kaingang, Krenak, ou tantos outros... Reconhecer, como Ailton Krenak nos pede, para que valorizemos a diversidade cultural.

            Para concluir a questão, dessa diversidade e do contato, pensando nele como, ao mesmo tempo frequente e variado, também singularmente relevante, ou permitir o risco de ignorar, desprezar e destruir uma série de povos, começando, por exemplo, com suas línguas. Apresentar, completo, o segundo vídeo da série “Índios no Brasil”, “2. Nossas Línguas” https://www.youtube.com/watch?v=ksnZqmC9gJM, pensando em como a diversidade de línguas e sua coexistência ilustram um exemplo de respeito, não havendo melhor ou pior, mas diferentes, como o texto de Ailton Krenak comenta no trecho:

Só quando conseguirmos reconhecer essa diferença não como defeito, nem como oposição, mas como diferença da natureza própria de cada cultura e de cada povo, só assim poderemos avançar um pouco o nosso reconhecimento do outro e estabelecer uma convivência mais verdadeira entre nós.”

            Assim, pensando em conjunto com os alunos as línguas e as histórias de diferentes línguas como exemplos simbólicos disso. E o conhecer e respeitar como formas de contato, o ouvir, o buscar conhecer e respeitar como um contato sutil, mas fundamental. Dizer aos alunos, justamente, se eles gostariam de serem obrigados a viverem de outra forma. Ouvir uma música que não é sua, terem de deixar de falar sua língua, exemplos simples e concretos que sempre levam à reflexão, mesmo em uma situação de Ensino Médio.

            Por fim, de modo a motivar as discussões com base no conceito do texto de Ailton Krenak, por fim indicando o título “O Eterno Retorno do Encontro”, propor a reflexão para os alunos, de, em um pequeno texto, pensar formas de realizar ou aprimorar o contato com os indígenas, também levando em conta o último momento desse segundo vídeo, as coisas que os indígenas querem fazer, seus papéis, suas ações, sua vontade deles nisso. Levando em conta toda a movimentação e criação dos vídeos e do próprio texto por lideranças indígenas, um contato movido por eles, e como também outros, não indígenas, podemos contribuir e apoiar.

3ª Etapa

            De modo a encerrar, tendo realizado tais atividades, após a entrega desses textos e a leitura do professor em um momento apropriado. Pensar nos resultados, de que forma as reflexões dos alunos, independente da realidade prática de propostas, se existe um respeito pelo contato, se ele ocorre numa situação de respeito mútuo, ou se usurpa uma agência e atitude. Avaliar de fato o que foi produzido e de que forma os textos e vídeos levaram os alunos a pensar os povos indígenas, tão diferentes.

            Assim, retomando com os alunos o contato, que existe entre tantas culturas, e como este com os indígenas é igualmente relevante, apresentando a frase de Ailton Krenak sobre a existência e resistência indígena, pensando em uma existência comum, de forma provocativa, para que a questão, mesmo que encerrando a sequência nesse momento, não se encerra, uma vez que o contato é recorrente, projetando o trecho:

"No dia em que não houver lugar para o índio no mundo, não haverá lugar para ninguém.”

 

 

 

 

 

 

Ficha Técnica

1.    Materiais

a.    Cópias individuais do 1º trecho selecionado de “O Eterno Retorno do Encontro”

b.    Cópias individuais do 2º trecho selecionado de “O Eterno Retorno do Encontro”

c.    Computador

d.    Datashow (projetor)

e.    Sistema de som

2.    Nível de Ensino – Ensino Médio

3.    Número de aulas – 2 aulas e meia, dependendo do tempo que queira ser alocado para a 3ª Etapa

 

 

Bibliografia

Carelli, Vincent, & Krenak, Ailton. (Diretores). (1999). Índios no Brasil - Capítulos 1 e 2 [Série documental].

Hierro, Lola. (13 de Junho de 2018). Mortes recentes de índios isolados trazem à tona velhos traumas do contato. Acesso em 2018 de Junho de 15, disponível em El País:  https://brasil.elpais.com/brasil/2018/05/31/internacional/1527759451_17…

Krenak, Ailton. (Dezembro de 2009). O Eterno Retorno do Encontro (1999). Acesso em 15 de Junho de 2018, disponível em Blog Ailton Krenak: http://ailtonkrenak.blogspot.com/2009/12/o-eterno-retorno-do-encontro.h…

Zabala, Antoni. (1996). Os enfoques didáticos. In: Coll, César & Martín Elena (org.), O construtivismo em sala de aula (pp. 153-196). São Paulo: Ática.

 

 

Referencia
Graduandos
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