A Música é a Arma

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS

A MÚSICA É A ARMA

A África de Fela Kuti na sala de aula

São Paulo

Outubro

2014

Arthur Major de Sousa – NºUSP 7618377

Sequência didática apresentada à Profª Drª Antonia Terra para o curso de Ensino de História: teoria e prática.

 

A MÚSICA É A ARMA

A África de Fela Kuti na sala de aula

 

 

 

FELA - Você vê o que es acontecendo na Nigéria? Eu preciso cantar sobre essas coisas! É preciso cantar com clareza para que o povo entenda.

(trecho do documentário “Musique au poing”. Direção: Jean-jaques Flori, Stéphane Tchal-gadjieff. França, 1982)

 

 

Eles dizem que você é um homem da colônia

 

Você foi um escravo antes

 

Eles agora te libertaram

 

Mas você nunca se liberta

(Trecho da faixa “Colonial Mentality” do disco Sorrow, Tears and Blood, 1977)

 

 

 

Regime Militar: batalha pela revolução

Universidade de São Paulo

Faculdade de Filosofia Letras e Ciência Humanas Disciplina: Ensino de História – Teoria e Prática Professora: Antonia Terra Calazans

Aluno: Luis Otávio Vieira nº USP 7618846

Proposta de sequência didática

 

Tema: Regime Militar: batalha pela revolução.

 

Objetivo: Esta sequência didática pretende incentivar a reflexão dos alunos para dois eixos.

 

Um primeiro de que a história não está fechada e inalterada no passado, e outro de que as palavras com as quais se escrevem a narrativa histórica, além de estarem longe da neutralidade, carregam elas mesmas sua própria pluralidade de significados e sentidos. Portanto, História e linguagem são dois elementos dinâmicos e mutáveis, intimamente relacionados entre si, assim como com a sociedade que lhes dá forma e é formada por eles.

 

O recorte utilizado será o Regime Militar no Brasil. Apresentados a materiais como reportagens atuais, documentos de época e filmes acerca do tema, os alunos protagonizarão uma discussão – com mediação do professor - reflexiva acerca destes materiais, e de como algumas palavras, mais em especial os termos revolução e golpe, são empregados neles. Observando que estes conceitos são disputados por grupos antagônicos, tanto no período ditatorial quanto na atual batalha pela significação histórica deste período, intenta-se esclarecer que o uso das palavras nunca é neutro, inclusive, na escrita da História. E, consequentemente, demonstrar a maleabilidade dos conceitos e de como estes se transformam junto com as sociedades que os usam.

 

Dado que o enfoque será direcionado à linguagem, há possibilidades de trabalho conjunto com a disciplina de Língua Portuguesa.

 

Duração: A sequência tem a duração de quatro sessões. Optou-se por essa divisão visando contemplar a plena possibilidade de conclusão das atividades, não emparelhando as mesmas com a duração das aulas, visto que não há homogeneidade de desenvolvimento em diferentes turmas, onde a sequência pode ser aplicada. Assim como a mesma sequência não deve ser encarada dotada de formatação imutável, tendo o professor autonomia para modificá-la ou adaptá-la conforme as necessidades da turma.